O céu nunca mais será o mesmo depois da revolucionária empreitada das companhias britânicas Leonardo e 2Excel. Elas anunciaram um contrato com o Ministério da Defesa do Reino Unido no valor de cerca de 134 milhões de euros (equivalente a 725 milhões de reais), com o objetivo de lançar a próxima etapa do impressionante projeto Excalibur. O Excalibur Flight Test Aircraft (FTA) servirá como a fundação para um novo avião de combate, previsto para entrar em serviço até 2035. Esse é um passo crucial para a construção do Future Combat Air System (FCAS) do Reino Unido, um avanço que é resultado da parceria internacional entre Reino Unido, Itália e Japão.

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Um laboratório aéreo de combate

O projeto Excalibur é o coração do FCAS, sendo uma aeronave Boeing 757 renovada e transformada num verdadeiro laboratório voador de tecnologia aérea de combate. Sua função será testar as novas tecnologias que estão sendo desenvolvidas pelo programa trilateral, buscando acelerar o desenvolvimento e garantir a entrega bem-sucedida do Global Combat Air Programme (GCAP) dentro dos prazos estipulados. Além do Ministério da Defesa britânico, empresas como a BAE Systems, Leonardo UK, Rolls Royce e a MBDA também contribuirão com testes e demonstrações.

Engenharia e desafios para a próxima geração de aeronaves

Na primeira etapa do projeto, a 2Excel conduziu um estudo de engenharia sobre a estrutura do Boeing 757, permitindo entender em profundidade sua construção. Esse processo envolveu a desmontagem completa da aeronave, um trabalho minucioso que permitiu aos especialistas britânicos adquirir um conhecimento detalhado para a modificação da segunda aeronave. Este jato comercial, adquirido da empresa de voos charter Titan Airways, já está pronto para o próximo passo: as alterações físicas e os testes de voo para obter a certificação da Autoridade de Aviação Civil (CAA).

Excalibur em voo: O futuro do combate aéreo

Com o contrato firmado, o projeto Excalibur parte para sua fase mais empolgante. A aeronave será adaptada para receber sensores integrados, sistemas de comunicações integrados (ICS) e efeitos não cinéticos (ISANKE) desenvolvidos pela Leonardo e seus parceiros internacionais. A previsão é que a aeronave esteja voando com a nova tecnologia nos próximos três anos. Ao longo do processo, cientistas e engenheiros a bordo testarão os sistemas de comunicação e sensores em voo, marcando um novo capítulo na história da defesa aérea.

O diretor do Future Combat Air/GCAP da Leonardo no Reino Unido, Andrew Howard, destaca que “o programa Excalibur nos ajudará a acelerar o desenvolvimento de componentes eletrônicos avançados para os domínios ISANKE e ICS por meio de testes de voo iniciais. Isto imprimirá um ritmo suplementar ao programa e apoiará o nosso ambicioso objetivo de fornecer um avião de combate da próxima geração até 2035”.

Em meio ao avanço tecnológico, o projeto Excalibur também contribui para a recuperação econômica do Reino Unido. A expectativa é de que crie empregos altamente qualificados, promovendo a prosperidade nacional e a liderança tecnológica nas próximas décadas.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).