Marinha do Brasil sedia a 22ª Reunião de Projetos de Interesse da Defesa no Complexo Naval de Itaguaí

A Marinha do Brasil, por meio da Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico (DGDNTM), sediou a 22ª Reunião de Projetos de Interesse da Defesa (REPID) entre os dias 1º e 3 de outubro de 2024, no Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro. O evento, promovido pelo Ministério da Defesa, contou com a participação de autoridades e especialistas dos setores de Defesa e Ciência, Tecnologia e Inovação, com o objetivo de fortalecer as capacidades das Forças Armadas e da Base Industrial de Defesa.

Principais discussões e objetivos da 22ª REPID

O SEPROD destacou a importância da gestão eficiente dos projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação – Imagem: 3SG-ET Coronha

A 22ª edição da Reunião de Projetos de Interesse da Defesa (REPID) foi aberta pelo Secretário de Produtos de Defesa (SEPROD), Tenente-Brigadeiro do Ar Heraldo Luiz Rodrigues, seguido pelo pronunciamento do anfitrião, Almirante de Esquadra Alexandre Rabello de Faria, Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha. Ambos os discursos destacaram a importância da integração entre as Forças Armadas, a indústria e a academia para o sucesso dos projetos de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) no Brasil.

O Secretário Heraldo enfatizou que o alinhamento dos projetos às linhas estratégicas da Defesa e às demandas de órgãos de fomento tem sido fundamental para maximizar o aproveitamento dos recursos destinados a esses programas. “Alinhar os projetos às diretrizes estratégicas da Defesa traz a garantia de um trabalho em prol de um objetivo comum, fortalecendo a capacidade de resposta das Forças Armadas e assegurando a proteção do Brasil”, afirmou o Tenente-Brigadeiro.

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Durante o evento, foi proposta a criação de Grupos de Trabalho Temáticos Interforças (GTTI), com a liderança de diferentes Forças em áreas específicas. Entre os temas discutidos estão a Interoperabilidade de Comunicações, coordenada pelo Ministério da Defesa; Materiais Avançados, sob a liderança da Marinha; Tecnologias Quânticas, coordenadas pelo Exército; e Sistemas de Navegação Inercial, de responsabilidade da Força Aérea. Esses grupos visam fomentar a cooperação entre as Forças Armadas em áreas de alta relevância estratégica.

Iniciativas e avanços tecnológicos apresentados durante o evento

A REPID também serviu como palco para a apresentação de importantes projetos estratégicos desenvolvidos pelas três Forças: Marinha, Exército e Aeronáutica. Cada uma delas destacou iniciativas de inovação tecnológica voltadas para a ampliação das capacidades de defesa do Brasil, com foco no desenvolvimento científico e industrial.

O DGDNTM comentou que sediar o evento reforça o compromisso contínuo da Marinha com o avanço da Ciência, Tecnologia e Inovação – Imagem: 3SG-ET Coronha

A Marinha do Brasil, anfitriã do evento, reforçou seu compromisso com o setor nuclear, cibernético e espacial, áreas consideradas estratégicas para a soberania nacional. Projetos como o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e o contínuo avanço nas tecnologias nucleares foram apresentados como exemplos de iniciativas que combinam inovação e defesa. O Exército Brasileiro trouxe à discussão suas pesquisas na área de tecnologias quânticas, enquanto a Força Aérea Brasileira apresentou suas iniciativas no campo dos Sistemas de Navegação Inercial.

Outro destaque foi a participação da Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), representada por seu presidente Celso Pansera. Ele destacou que, só em 2023, foram contratados projetos na área de Defesa e Aeroespacial no valor de R$ 1,1 bilhão em recursos de subvenção econômica, não reembolsáveis. Esses investimentos são parte dos esforços para fortalecer a autonomia tecnológica do Brasil e reduzir a dependência de materiais de defesa estrangeiros. Além disso, o representante da FINEP mencionou o papel fundamental do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) para promover avanços tecnológicos na Defesa.

Impacto da REPID para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa e da inovação científica

Autoridades e especialistas do setor de Ciência, Tecnologia e Inovação participaram do encontro em Itaguaí – Imagem: 3SG-ET Coronha

A 22ª REPID também foi um marco para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID), uma peça-chave no desenvolvimento de tecnologias estratégicas no Brasil. A reunião destacou a importância da cooperação entre o Ministério da Defesa, a BID, as Forças Armadas e a academia, com o objetivo de promover a inovação e garantir que o Brasil se mantenha à frente nas áreas tecnológicas mais críticas para a defesa nacional.

Durante o evento, a governança em projetos de Ciência e Tecnologia foi debatida, com ênfase na necessidade de resultados que fortaleçam a segurança nacional e promovam o desenvolvimento científico. A proposta de maior integração entre as diferentes esferas da Defesa e do setor produtivo nacional visa criar sinergias que permitam ao Brasil alcançar maior autonomia tecnológica, especialmente em setores críticos como o nuclear, cibernético e espacial.

O evento ainda contou com a participação de Elias Ramos, Diretor de Inovação da FINEP, que reforçou o compromisso da financiadora com o apoio contínuo a projetos inovadores na área de Defesa, contribuindo para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Elias destacou que a FINEP continuará a realizar investimentos significativos, especialmente em programas voltados para a autonomia em tecnologias críticas de Defesa, como o Programa Pró-infra e o Mais Inovação.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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