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O histórico de participação da engenharia militar brasileira nas missões de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) é longo e impactante. A partir de 2010, essa influência se intensificou quando a Missão das Nações Unidas para o referendo no Saara Ocidental (MINURSO) começou a contar com militares brasileiros formados pelo prestigioso Instituto Militar de Engenharia (IME). Na linha de frente desta importante iniciativa, encontramos a Major Nina Figueira, engenheira cartógrafa do Exército Brasileiro, cuja atuação foi determinante para a execução de uma missão fundamental da MINURSO.
A desafiadora região da Berma
A Berma, ou “muro do Saara”, é uma região que divide um território altamente disputado entre Marrocos e o povo saaraui, do Saara Ocidental. Coberta por uma vastidão arenosa e cercada de minas terrestres, a região da Berma só pode ser trafegada sob autorização das partes beligerantes. Devido ao cessar-fogo rompido em novembro de 2020, a MINURSO obteve permissão para missões de ressuprimento, as chamadas deslocamentos administrativos logísticos, que tornaram-se essenciais para o cumprimento do mandato da ONU.
O trabalho notável da Major Nina Figueira
Com sua vasta expertise em Sistemas de Informações Geográficas, Geointeligência, Comando e Controle, a Major Nina teve um papel preponderante na primeira transposição logística da Berma após a quebra do cessar-fogo. O Coronel Bryant Rogers, Chefe do Estado-Maior da Força na MINURSO, elogiou efusivamente o trabalho da Major, destacando sua excelência na preparação de dados geoespaciais e atualização em tempo real da localização dos comboios.
Um desafio marcante ocorreu em abril de 2023, quando a Major Nina foi incumbida de conduzir a navegação no terreno arenoso e conduzir a operação de um comboio com o mapa que ela própria projetou. Foram três dias de deslocamento no deserto, onde a dificuldade de tráfego gerada pelos bancos de areia resultou na necessidade de alterar a rota no meio da operação.
O papel crucial dos Engenheiros Militares
Os engenheiros militares formados pelo IME, integrantes do Quadro de Engenheiros Militares (QEM), têm um papel crucial nas operações da MINURSO. O Coronel Morett, Comandante do Corpo de Alunos do IME, foi o primeiro engenheiro do QEM a integrar a missão no Saara como observador militar. Segundo ele, “a missão no Saara é desafiadora e requer habilidades técnicas, estratégicas e operacionais para garantir o bom funcionamento das instalações e infraestruturas militares da Missão.”
Este artigo demonstra como a engenharia militar brasileira, através de profissionais dedicados e altamente capacitados, como a Major Nina Figueira, desempenha um papel importante na manutenção da paz em regiões de conflito ao redor do mundo. Por meio de habilidades técnicas e estratégicas, estes profissionais tornam possível a execução de missões de paz em ambientes altamente desafiadores e perigosos.
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