Como usar e interpretar dados de saúde, educação, emprego e desemprego, violência, pobreza e desigualdade? Quais as soluções e as armadilhas no uso de dados públicos? Essas e outras questões são respondidas pelo Guia Brasileiro de Análise de Dados, publicação inédita lançada nesta sexta-feira (15) pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap). Em formato digital, o livro reúne 11 especialistas em tratamento de dados, em áreas diversas, que indicam atalhos, sugerem roteiros e apontam os erros mais comuns cometidos no uso de dados estatísticos.

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“Acreditamos que um pesquisador que se depara com um tema novo, quem escreve uma notícia ou artigo ou qualquer pessoa que já tenha questionado alguma manchete de jornal vai se beneficiar ou se interessar pela obra. Nossa intenção foi criar um guia que, de forma didática, auxilie no uso e interpretação de dados”, afirma o presidente da Enap, Diogo Costa.

O guia é dividido em oito capítulos assinados por especialistas nas áreas de saúde, mercado e trabalho, crime e violência, educação, pobreza e desigualdade, macroeconomia, causalidade e opinião pública.

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Temas

CAUSALIDADE

Guilherme Duarte (Princeton University) fala sobre as dificuldades que temos para definir relações causais entre variáveis. São problemas que surgem quando, por exemplo, lemos que a reforma trabalhista aumentou o desemprego ou que armas aumentam os homicídios. Será mesmo? O entendimento científico acerca dos problemas que envolvem a causalidade tem avançado bastante nos últimos anos e este capítulo ajuda o leitor a se situar neste importante debate. O objetivo deste capítulo é expor maneiras simples de verificar causa e efeito na análise de dados.

POBREZA E DESIGUALDADE

O capítulo, escrito por Pedro Souza, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), trata de dois temas caros ao debate econômico: pobreza e desigualdade. Como podemos afirmar que, por exemplo, uma sociedade é mais desigual que outra? Ou quantas pessoas são pobres? O popular índice de Gini é a mais conhecida, mas há outras medidas que podem revelar características da distribuição de renda em uma sociedade.

ANÁLISE DE DADOS EM SAÚDE

Com a pandemia, termos técnicos da área da saúde se disseminaram nas notícias. Entendê-los passou a ser uma tarefa básica para quem deseja se informar sobre a Covid-19. Fala-se muito, por exemplo, em co-morbidades. Será que você realmente sabe a diferença entre mortalidade e morbidade? Alexandre Chiavegatto e Fredi Dias-Quijano, da Universidade de São Paulo, no terceiro capítulo, ajudam-nos a compreender melhor esses e outros conceitos da área.

EDUCAÇÃO

A participação dos alunos brasileiros no exame internacional PISA é sempre notícia e nos leva a pensar sobre a relação de seu desempenho com o que se mede em testes aplicados pelo governo brasileiro, como o IDEB. Há alguma relação entre esses testes? Ilona Becskeházy ajuda-nos a entender estes e outros problemas em educação no quarto capítulo.

CRIME E VIOLÊNCIA

A criminalidade no Brasil é uma área em que o leigo se depara com uma gama notável de variáveis. Quando se diz que “as mortes violentas aumentaram x% no último ano”, poucos notam a complicação existente já que a contabilização dessas mortes pelo sistema de saúde e o de justiça não segue uma mesma metodologia. O quinto capítulo, de Joana Monteiro e Bárbara Caballero (Instituto de Segurança Pública- RJ), ajuda o leitor a desvendar o complexo mundo das estatísticas criminais.

MACROECONOMIA

Qual a diferença entre o PIB e o IBCBR? Não é novidade que uma das maiores vítimas da má interpretação dos dados é a macroeconomia. O sexto capítulo, de autoria de Guilherme Tinoco, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), explica de forma didática os principais conceitos macroeconômicos, as suas principais medidas no Brasil e mostra que medidas de variação devem ser usadas em cada situação.

MERCADO E TRABALHO

O mercado de trabalho é o alvo de análise do sétimo capítulo, de Daniel Duque (Norwegian School of Economics). O problema de se medir o emprego e o desemprego não é trivial e há várias medidas diferentes produzidas no Brasil. Caso você queira discutir o desemprego nos últimos anos, que fonte de dados usar? O CAGED? A PNAD Contínua? Neste capítulo, Duque ajuda a responder essas questões.

OPINIÃO PÚBLICA

A opinião pública fecha o livro. Apesar de serem dados, aparentemente mais fáceis de serem compreendidos, Pedro Masson (Enap) e Álvaro Pereira Filho (Western University of Ontario) mostram que há muitas armadilhas nessa área. Quem quiser entender melhor como elaborar uma pesquisa ou como analisar suas respostas encontrará neste capítulo um texto sucinto e didático.

Fonte: ENAP

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).