EDGE discute MANSUP com Ministro da Defesa em Brasília

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Em uma visita estratégica à capital federal, o Grupo EDGE, conglomerado de defesa dos Emirados Árabes Unidos, iniciou um novo capítulo de cooperação com o Brasil. O CFO Rodrigo Torres foi recebido pelo Ministro da Defesa, José Múcio, para tratar de projetos prioritários, como o desenvolvimento do sistema de míssil anti-navio MANSUP, além de fortalecer laços com as empresas brasileiras SIATT e Condor.

Cooperação internacional acelera avanços no sistema MANSUP

O sistema MANSUP (Míssil Antinavio de Superfície) representa um marco no esforço brasileiro por autonomia tecnológica em defesa naval. Desenvolvido sob a liderança da Marinha do Brasil e com participação estratégica da SIATT, o projeto visa substituir sistemas estrangeiros por uma solução nacional capaz de equipar as escoltas da esquadra com um armamento de alta precisão.

A presença da EDGE, um dos maiores conglomerados de defesa do Oriente Médio, traz fôlego e perspectivas inéditas para o programa. A empresa demonstrou interesse em contribuir com tecnologias críticas, especialmente nas áreas de propulsão, guiagem e sensores, promovendo uma integração mais profunda entre capacidades brasileiras e emiradenses. Essa colaboração pode acelerar a produção em série do míssil e ampliar sua competitividade no mercado internacional.

Além do aspecto técnico, o envolvimento da EDGE no MANSUP abre portas para novas oportunidades comerciais. Com a reputação consolidada do grupo em mais de 50 países, há chances reais de o Brasil passar de consumidor a exportador de sistemas avançados de mísseis. Isso reforça a importância de manter o controle nacional sobre tecnologias sensíveis e, ao mesmo tempo, utilizar parcerias estratégicas para escalar projetos que reforcem a capacidade dissuasória marítima do país.

Indústria de defesa brasileira atrai investimentos e gera inovação

A escolha do Brasil como parceiro da EDGE não se dá por acaso. O país possui um dos maiores complexos industriais de defesa da América Latina, com capital humano qualificado, empresas inovadoras e tradição em projetos autônomos. A visita institucional em Brasília reforça o interesse em aprofundar essas relações com vistas ao desenvolvimento conjunto de tecnologias de uso dual, com aplicações tanto militares quanto civis.

Um dos focos da reunião com o Ministro José Múcio foi a atuação da Condor Non-Lethal Technologies, referência global em armamentos não-letais. O grupo EDGE tem demonstrado interesse em ampliar seu portfólio com soluções que atendam às demandas contemporâneas de segurança urbana, controle de fronteiras e gestão de crises. Essa sinergia pode gerar ganhos bilaterais, promovendo inovação e ampliando mercados.

Para o Brasil, a consolidação dessas parcerias representa mais do que investimentos estrangeiros: é a valorização de sua base industrial de defesa. O fortalecimento da cadeia produtiva local, o estímulo à pesquisa aplicada e a geração de empregos especializados são efeitos colaterais positivos de uma agenda que alia soberania, desenvolvimento econômico e presença geopolítica.

Brasil se consolida como parceiro estratégico no cenário global

A visita da EDGE e o diálogo de alto nível com o Ministério da Defesa marcam uma nova fase da diplomacia tecnológica brasileira. Em um mundo cada vez mais multipolar, o Brasil se posiciona como um hub de inovação militar e parceiro confiável para cooperação em áreas sensíveis. Essa postura não apenas fortalece a defesa nacional, como também amplia a projeção internacional do país em fóruns estratégicos.

A aposta em projetos como o MANSUP, apoiados por empresas como SIATT e EDGE, indica uma política externa que combina autonomia estratégica com inserção inteligente. Ao evitar dependência excessiva de um único fornecedor e buscar alianças com países emergentes, o Brasil constrói uma rede de relações baseada em interesses convergentes e transferência de tecnologia.

Nesse contexto, a aproximação com os Emirados Árabes Unidos vai além do campo técnico. Representa um reposicionamento geoestratégico, alinhado com as transformações no cenário global de defesa, no qual países do sul global ganham protagonismo. O Brasil mostra que está disposto a liderar esse movimento com competência, pragmatismo e visão de longo prazo.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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