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Um clima de incerteza domina o panorama global em 2025. A escalada militar entre Índia e Paquistão, os ataques com drones da Ucrânia à Rússia, e a rivalidade estratégica entre Estados Unidos e China acentuam o risco de confrontos globais. Pesquisas apontam que a população mundial já percebe a possibilidade de uma nova guerra mundial como real, enquanto o Relógio do Juízo Final se aproxima perigosamente da meia-noite.
Doutrinas militares, arsenais nucleares e equilíbrio de dissuasão
- Índia e Paquistão: Doutrinas de Retaliação e Risco de Escalada
A rivalidade histórica entre Índia e Paquistão permanece uma fonte constante de instabilidade. Ambos os países mantêm arsenais nucleares significativos e doutrinas militares que preveem retaliação imediata em caso de agressão, especialmente em relação à disputada região da Caxemira. A recente “Operação Sindoor“, lançada pela Índia em maio, e a subsequente reação paquistanesa, evidenciam o risco de uma escalada que poderia ultrapassar o limiar nuclear.
- Rússia e Ucrânia: Conflito de Alta Intensidade e Uso de Drones
A guerra entre Rússia e Ucrânia atingiu novos patamares de letalidade em 2025. A Rússia intensificou o uso de mísseis hipersônicos, testando os limites das defesas da OTAN e aumentando o temor de uma expansão do conflito para países-membros da aliança. Além disso, a utilização de drones não tripulados tornou-se uma característica marcante do conflito.
Recentemente, a Ucrânia lançou uma série de ataques com drones contra Moscou, incluindo tentativas de atingir a capital russa, intimidando o desfile do Dia da Vitória em 9 de maio, evento que contará com a presença de diversos líderes estrangeiros, como os presidentes Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva. Esses ataques resultaram no fechamento temporário de aeroportos e na intensificação das medidas de segurança na capital russa.
- Estados Unidos e China: Guerra Comercial e Tensões no Indo-Pacífico
As relações entre Estados Unidos e China em 2025 são caracterizadas por uma complexa disputa comercial, tecnológica e geopolítica. A guerra tarifária iniciada pela administração Trump levou a aumentos significativos nas tarifas de importação entre os dois países, impactando o comércio global. Apesar de sinais recentes de disposição para negociações, ambas as nações mantêm posturas firmes, com a China exigindo a remoção de tarifas unilaterais como condição para o diálogo.
Paralelamente, as tensões militares no Indo-Pacífico permanecem elevadas, especialmente em torno de Taiwan e no Mar do Sul da China. A China aumentou seus gastos militares para US$ 249 bilhões em 2025, refletindo sua estratégia de modernização das forças armadas e resposta a desafios globais. Os Estados Unidos, por sua vez, continuam a fortalecer suas alianças na região e a realizar exercícios militares conjuntos com parceiros como Japão e Austrália.
A percepção pública e o medo de uma nova guerra mundial
Em meio a essa crescente instabilidade, a opinião pública global expressa níveis alarmantes de ansiedade e pessimismo. Pesquisas nos EUA e na Europa indicam que uma parcela considerável da população acredita na possibilidade de uma terceira guerra mundial nos próximos cinco a dez anos. Esse sentimento se intensifica com a propagação de notícias alarmistas nas redes sociais e a cobertura diária dos conflitos em múltiplas frentes.

O impacto psicológico desse ambiente de incerteza é amplificado pelo Relógio do Juízo Final, que em 2025 foi ajustado para 23h58min31s — o ponto mais próximo da “meia-noite” desde sua criação. Criado pelo Bulletin of the Atomic Scientists, o relógio é uma metáfora para a iminência de uma catástrofe global, seja por guerra nuclear, mudanças climáticas ou outras ameaças existenciais.
A insegurança coletiva influencia o comportamento político e social, estimulando discursos nacionalistas, corrida armamentista e a desconfiança em instituições internacionais. Muitos cidadãos já consideram plausível o uso de armas nucleares táticas em conflitos regionais, algo que, há poucos anos, parecia restrito ao campo da ficção.
Multipolaridade e a crise da ordem internacional
A atual conjuntura reflete também o colapso do sistema de governança internacional pós-Segunda Guerra Mundial. Instituições como a ONU, OTAN e G20 mostram-se incapazes de mediar ou conter crises simultâneas, enfrentando paralisia decisória diante de interesses conflitantes entre seus membros mais poderosos. A ausência de uma liderança global reconhecida e eficaz aprofunda o vácuo diplomático.
Nesse vácuo, desponta o que analistas têm chamado de “Eixo da Revolta” — uma aliança informal entre Rússia, China, Irã e Coreia do Norte, que compartilham o objetivo de enfraquecer a influência do Ocidente e estabelecer uma nova ordem multipolar. Suas ações são coordenadas não apenas no campo militar, mas também na desinformação, no ciberespaço e na economia.
Esse cenário representa uma ruptura histórica: pela primeira vez desde 1945, o mundo não possui um centro de gravidade estável em termos de segurança global. A coexistência de múltiplas potências revisionistas, com ambições regionais e capacidades estratégicas, intensifica a probabilidade de conflitos localizados se transformarem em guerras de alcance global.
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