Marinha do Brasil coordena megaoperação em Furnas com apoio de 13 nações

A Base Aérea Expedicionária reativada em 2023 ampliou a presença da MB na região - Imagem: 3SG FN CN D.Cruz
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No coração de Minas Gerais, o Lago de Furnas se tornará o cenário de um imponente treinamento militar. A Marinha do Brasil, com o apoio de 13 nações parceiras, comandará a Operação Furnas 2024, reunindo mais de 1.000 fuzileiros navais em uma missão de cooperação internacional. O exercício reforça a importância estratégica do Brasil em missões de paz e defesa civil.

Capacidades militares e meios utilizados na Operação Furnas 2024

Carro Lagarta Anfíbio (CLAnf) se deslocando da Lagoa de Furnas para desembarcar tropas em terra

A Operação Furnas 2024 destaca-se pela complexidade e pela vasta gama de equipamentos e tropas empregadas. Entre os dias 16 e 20 de outubro, mais de 1.000 fuzileiros navais brasileiros, em conjunto com forças de 13 países, realizarão um dos maiores treinamentos militares já vistos em Minas Gerais. A operação incluirá o uso de veículos anfíbios de última geração, como o Carro Lagarta Anfíbio (CLAnf), essencial para operações em terrenos ribeirinhos e de difícil acesso.

Além disso, helicópteros UH-15 Super Cougar, embarcações diversas, viaturas leves e pesadas, estarão em plena atividade, demonstrando a capacidade expedicionária da Marinha. Esses equipamentos serão utilizados em missões como assaltos ribeirinhos, transposição de cursos d’água e missões de combate envolvendo aeronaves, ressaltando a prontidão da força militar brasileira para atuar em cenários de grande complexidade.

A cooperação internacional também será visível no terreno. Com observadores e militares de países como Alemanha, Argentina, China, Colômbia, França e Nigéria, a integração das diferentes forças promoverá um ambiente propício à troca de conhecimentos e à adaptação a diferentes doutrinas militares, fortalecendo a capacidade do Brasil de atuar em missões conjuntas.

Impacto social e cooperação internacional na Operação Furnas 2024

Tropa de Fuzileiros Navais formados no pátio da BAE em Furnas (MG)

A Operação Furnas 2024 vai além de um simples exercício militar. Ela simboliza uma importante plataforma de cooperação internacional, onde forças armadas de diversas nações se unem com o objetivo de aprimorar as capacidades em missões de paz e ajuda humanitária. Durante o exercício, será realizado o Workshop Interagências de Cooperação com a Defesa Civil de Minas Gerais, um evento que reunirá agências federais, estaduais e municipais, reforçando a coordenação entre diferentes órgãos em situações de emergência e catástrofes naturais.

Esse tipo de operação tem como foco principal a proteção e o apoio à sociedade civil em cenários de crise. Ao envolver diretamente a Defesa Civil, a Marinha do Brasil busca aprimorar a resposta em situações de calamidade, como enchentes, deslizamentos e outros desastres naturais que possam afetar a região. A troca de experiências entre as nações participantes e as autoridades locais será fundamental para o desenvolvimento de ações preventivas e a implementação de soluções eficazes em momentos de crise.

Essa cooperação internacional fortalece os laços diplomáticos e militares do Brasil com os países envolvidos, destacando o papel do país como um ator relevante em missões de paz e apoio humanitário. A operação não apenas reforça a capacidade de resposta rápida das forças militares, mas também promove uma visão mais ampla de colaboração entre as forças armadas e as instituições civis, em prol do bem-estar social.

Importância estratégica de Furnas e o papel da Marinha na região

O Lago de Furnas, também conhecido como o “Mar de Minas”, é um ponto estratégico de extrema importância para o Brasil. A represa, com um volume de água quatro vezes maior que a Baía de Guanabara, é uma das maiores do mundo, banhando 34 municípios. Sua extensão faz com que o local seja ideal para exercícios conjuntos que envolvem mar, ar e terra, conciliando o uso de meios navais e aeronavais, além dos fuzileiros navais.

A presença constante da Marinha do Brasil na região é essencial para garantir a segurança aquaviária e a preservação ambiental de um dos principais pontos turísticos do estado de Minas Gerais. A Delegacia de Furnas, subordinada à Capitania Fluvial de Minas Gerais, localizada em Belo Horizonte, atua na salvaguarda da vida humana e na segurança da navegação, além de prevenir a poluição hídrica. Esse esforço contínuo é vital para manter a segurança não apenas no contexto militar, mas também para proteger o ecossistema e as populações que dependem do lago.

Além da Delegacia, a Marinha do Brasil reforçou sua presença com a criação da Base Aérea Expedicionária (BAE) em Furnas, ativada em 2022. A base, situada no antigo aeroporto de São José da Barra, possui uma pista de 1.700 metros de comprimento, o que permite o apoio logístico aéreo para as operações militares na região. Essa infraestrutura é fundamental para a operação eficiente das forças armadas, proporcionando uma resposta rápida em cenários de crise.

Por fim, a Operação Furnas 2024 reforça a relevância estratégica do Lago de Furnas não apenas para a Marinha do Brasil, mas para a segurança nacional. O exercício contribui para a ampliação da presença da Força Naval no interior do país e demonstra o compromisso do Brasil com a defesa de suas fronteiras e a promoção da paz em escala global.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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