No sábado (29), a comitiva do Ministério da Defesa e da Força Terrestre concluiu a série de visitas às organizações militares na área do Comando Militar da Amazônia (CMA). A última jornada foi nas instalações da Operação Acolhida de Boa Vista, Força-Tarefa Humanitária que recepciona, abriga e interioriza imigrantes que atravessam a fronteira venezuelana com o Brasil. Desde terça-feira (25), as autoridades acompanham os trabalhos dos militares na Região Amazônica.

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A Operação Acolhida é coordenada pela Casa Civil e gerenciada pelas Forças Armadas. As instalações ficam na 1ª Brigada de Infantaria de Selva. A cada quatro ou cinco meses, o efetivo de militares da Acolhida é renovado. Desde o início, em 2018, cerca de 6 mil militares passaram pela Força-Tarefa Logística Humanitária. Hoje, está no 11º Contingente, com efetivo de 639 militares, oriundos de organizações militares do Comando Militar do Sul, que engloba os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Esse Contingente permanecerá na Operação até meados de setembro deste ano.

O Ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, disse que sempre acompanhou a Acolhida e percebe que “a integração entre as Forças Armadas e as agências é cada vez melhor”.

Durante a visita, as autoridades encontraram-se com representantes de agências, de órgãos e de organizações não-governamentais envolvidas no trabalho. Entre eles, estava a procuradora do Ministério Público de Roraima (MPRR), Janaína Carneiro Costa. Ela enalteceu o trabalho conjunto no acolhimento aos refugiados.

“O trabalho interagências e interinstituições, em prol dos vulneráveis brasileiros e estrangeiros que sofreram o impacto social com a migração, só foi possível pela expertise organizacional da Operação Acolhida”, ressaltou. Entre outras atribuições, o MPRR atua na solução de conflitos envolvendo imigrantes refugiados e a população local.

Além do MPRR, também atua na Operação Acolhida a Organização Internacional para as Migrações (OIM). Essa agência das Nações Unidas apoia a Força-Tarefa no ordenamento da fronteira e atua também junto com as instituições locais para a obtenção de documentação dos imigrantes. A chefe do escritório da OIM em Boa Vista, Lia Poggio, disse que o trabalho conjunto leva bem-estar para os refugiados. “Nós trazemos nossa experiência internacional das Nações Unidas. Trabalhamos para levar dignidade a essa população vulnerável que chega ao Brasil em busca de uma vida melhor”, explicou.

Em seguida, a comitiva visitou o Posto de Interiorização e Triagem (PTRIG), o Núcleo de Saúde da Acolhida (NSA) e o Centro de Capacitação e Interiorização da Operação (CCI). O PTRIG é a porta de entrada aos imigrantes, onde recebem os primeiros atendimentos para ingresso no País. O NSA é para onde vão aqueles que necessitam de atendimento de saúde. O CCI coordena os inúmeros cursos oferecidos por instituições, como o Senai e outras parceiras, para aqueles interessados em capacitação profissional.

Na ocasião, acompanharam o trabalho da médica do MPRR e do Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR) Mariângela Nasareno. Ela contou que o MPRR e o TJRR têm relação de parceria com as Forças Armadas. “Resgatamos a dignidade de pessoas que chegam com toda sua história de vida”, disse.

A Operação Acolhida oferece abrigos e atendimentos também em Pacaraima, município a 185 km da capital Boa Vista, que faz fronteira com a Venezuela. Neste município, e também na capital, a Força-Tarefa trabalha em três eixos: ordenamento da fronteira; acolhimento, que abrange abrigo, alimentação e atenção à saúde; e interiorização, quando os imigrantes são deslocados para outras unidades da Federação.

Devido à pandemia do novo coronavírus, desde março de 2018, a fronteira com a Venezuela está fechada. Hoje, há mais de 5,8 mil pessoas em abrigos. Desde 2018, mais de 51 mil venezuelanos foram interiorizados, sendo que as cidades que mais acolheram foram Manaus-AM, Curitiba-PR, São Paulo-SP, Dourados-MS e Porto Alegre-RS.

Rotina
Os refugiados e migrantes acolhidos nos abrigos da Operação Acolhida tem uma série de atividades. Eles recebem três refeições ao dia, em horários estabelecidos, e são responsáveis pela higienização das barracas. Há espaço para a prática desportiva, áreas de convivência e lavanderia.

Nos abrigos indígenas, há local para confecção de artesanato e, em alguns dias da semana, são oferecidos espaços para a comercialização dos seus produtos. As crianças têm assistência da Unicef e de parceiros, com oferta de entretenimento e educação. Aquelas regularmente matriculadas na escola frequentam as aulas.

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Preservação
Ao término da jornada, o Ministro da Defesa avaliou como positiva a ida às organizações do Comando Militar da Amazônia (CMA). “A intenção dessa visita foi mostrar a prioridade que as Forças Armadas dão à Amazônia e também para vermos as necessidades daqueles militares que estão lá na fronteira, bem distante”, destacou.

A série de visitas ocorreu em 12 unidades militares das 62 do CMA, em trajetos que envolveram barcos, catamarãs, helicópteros e aeronaves. O Comandante Militar da Amazônia, General de Exército Estevam Cals Theophilo, ressaltou a importância de receber as autoridades da Defesa. “A visita deles representa a prioridade que as Forças Armadas dão à área mais estratégica do País, que é a Amazônia. Além disso, tivemos a oportunidade de mostrar como o Exército está trabalhando”, ressaltou.

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O Comandante da Força Terrestre, General de Exército Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, enfatizou a importância da presença do Exército na maior floresta tropical do mundo para proteção das fronteiras. “Revimos as principais guarnições da Amazônia Ocidental. Vi uma tropa vibrante, aguerrida. Tivemos oportunidade de conversar sobre projetos em vigor, novas demandas que surgem em prol da melhoria das condições de trabalho dos militares e suas famílias na região fronteiriça”, sublinhou.

Por Mariana Alvarenga, com edição de Margareth Lourenço
Fotos: Comunicação Social CMA

Marcelo Barros, com informações do Ministério da Defesa
Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).