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Em meio à enxurrada de informações que recebemos diariamente, uma estratégia tem se destacado e gerado debates acalorados: o clickbait. Traduzido como “isca de cliques”, essa tática utiliza títulos sensacionalistas e imagens impactantes para atrair a atenção do usuário, direcionando-o a determinados sites. Mas, além de ser uma simples técnica de marketing, o clickbait reflete as dinâmicas complexas que moldam a internet e, consequentemente, nossa sociedade.

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Raízes Históricas e Impacto Atual

O conceito de atrair a atenção do público não é novo. Remonta à “imprensa marrom” do final do século 19 nos Estados Unidos, onde jornalistas sensacionalistas buscavam capturar a audiência. Com a evolução da tecnologia e das mídias, essa técnica foi refinada e adaptada, estando presente hoje em diversos formatos de conteúdo. No entanto, o que muitos não percebem é que o clickbait vai além de um simples título chamativo. Ele explora a psicologia humana, aproveitando nossa curiosidade inata e nosso desejo de recompensa instantânea.

Desvendando as Estratégias

O clickbait se alimenta de nossa necessidade de novidade e da busca por validação de nossas crenças. Títulos provocativos, imagens cativantes e narrativas polarizadoras são ferramentas poderosas que despertam emoções e impulsionam o engajamento. No entanto, essa abordagem pode ter consequências. A disseminação de informações tendenciosas ou distorcidas pode impactar a percepção da realidade e aprofundar divisões na sociedade. O viés de confirmação, conceito introduzido pelo psicólogo Peter Watson^1, destaca nossa tendência de interpretar informações de forma seletiva, favorecendo aquelas que confirmam nossas crenças preexistentes.

Protegendo-se no Mundo Digital

Para navegar com segurança e discernimento no ambiente digital, é essencial adotar uma postura crítica e informada. Algumas medidas incluem:

  • Verificar as fontes: Antes de clicar, avalie a confiabilidade da fonte da notícia.
  • Analisar os títulos: Títulos sensacionalistas podem indicar conteúdo tendencioso.
  • Confirmar a informação: Se algo soa exagerado, pesquise mais antes de acreditar.
  • Ler além dos títulos: Evite tirar conclusões precipitadas baseadas apenas em manchetes.
  • Educação para a mídia: Promova e busque uma educação midiática crítica, entendendo as estratégias por trás do conteúdo consumido.

Ao compreender as táticas do clickbait e adotar uma abordagem crítica, podemos consumir informações de maneira mais consciente e responsável, protegendo-nos de manipulações e desinformação.

Marcelo Barros, com informações do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).