Furfur, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons

Segundo Mark Cancian, coronel reformado do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA (USMCR, ret.) e assessor sênior do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais em Washington DC, é vital entendermos as condições críticas para evitar o sucesso da China em uma eventual invasão de Taiwan. O especialista destaca que esses fatores incluem a resistência vigorosa e eficaz de Taiwan, a necessidade de as forças terrestres de Taiwan manterem a linha, o país começar a guerra com todos os recursos necessários, a capacidade dos EUA de usar suas bases no Japão para operações de combate e, por fim, a prontidão dos EUA para iniciar operações contra a China imediatamente.

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Entendendo a relevância estratégica do cenário de guerra

A necessidade de considerar uma possível invasão de Taiwan é fundamental para o exército dos EUA, já que esse cenário é um dos principais medidores para a avaliação das capacidades militares americanas. De acordo com Cancian, o Departamento de Defesa realizou vários jogos de guerra classificados, mas os detalhes não estão disponíveis para discussão pública. O projeto conduzido por Cancian e sua equipe utilizou apenas informações publicamente disponíveis, proporcionando uma análise transparente das suposições, dinâmicas e resultados.

Um olhar atento ao cenário base de guerra

O projeto fez suposições sobre a participação de aliados e parceiros, a disponibilidade de forças e a eficácia das armas. O cenário base assumiu que o Japão permitiria que os Estados Unidos usassem suas bases para operações. Contudo, não participaria a menos que o território japonês fosse atacado. Em relação a Taiwan, supõe-se que os Estados Unidos não enviariam forças militares a Taiwan durante uma crise para evitar um conflito.

Consequências de uma possível invasão chinesa de Taiwan

Nos cenários simulados, a coalizão liderada pelos EUA derrotou uma invasão anfíbia convencional da China e manteve um Taiwan autônomo e democrático. No entanto, a defesa veio a um alto custo, incluindo a perda de dezenas de navios, centenas de aeronaves e milhares de militares. A economia de Taiwan foi devastada e as altas perdas danificariam a posição global dos EUA por muitos anos. A vitória, portanto, não é suficiente. Segundo Cancian, os Estados Unidos precisam fortalecer a dissuasão imediatamente.

Estamos em um momento crítico na geopolítica global. A possibilidade de uma invasão chinesa em Taiwan é uma realidade que precisa ser levada a sério. Para evitar tal cenário, é essencial a fortificação das defesas de Taiwan e a disposição dos Estados Unidos e seus aliados para agir prontamente. Os jogos de guerra são uma ferramenta importante para entendermos os possíveis cenários e nos prepararmos para eles.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).