Veterano da FEB, Tenente Zandonadi é homenageado aos 102 anos

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Em meio às montanhas da Itália, sob o frio cortante e o estrondo dos canhões, um jovem soldado brasileiro viveu momentos que marcariam para sempre sua história. Hoje, aos 102 anos, o 1º Tenente Florentino Zandonadi, veterano da Força Expedicionária Brasileira (FEB), recebe uma homenagem especial do Exército Brasileiro, relembrando sua bravura e o legado dos pracinhas que combateram pela liberdade na Segunda Guerra Mundial.

A trajetória de um pracinha: coragem e sacrifício na FEB

Natural de Conceição do Castelo, no Espírito Santo, Florentino Zandonadi atendeu ao chamado da pátria e integrou a Força Expedicionária Brasileira, embarcando para a Itália como integrante do 2º Batalhão do 5º Regimento de Infantaria. Durante meses, ao lado de milhares de soldados brasileiros, enfrentou o rigor do inverno europeu, terrenos desconhecidos e a resistência das forças alemãs.

O próprio veterano relembra um dos momentos mais difíceis de sua trajetória no front: “me lembro daquele dia, sob intenso bombardeio, estávamos sem comida, a munição havia acabado. Era loucura”. Esse cenário de escassez e tensão extrema marcou os combatentes da FEB, que, mesmo diante de adversidades severas, não recuaram e cumpriram sua missão com bravura.

A experiência de guerra moldou a vida de Zandonadi e de tantos outros pracinhas que retornaram ao Brasil como símbolos vivos de resistência e coragem. Seu compromisso com o país e sua dedicação ao Exército Brasileiro são reconhecidos até hoje, reforçando a importância de preservar sua história para as futuras gerações.

A homenagem do Exército Brasileiro e o reconhecimento aos veteranos

Para celebrar o 102º aniversário do Tenente Zandonadi, uma comitiva do Exército Brasileiro organizou uma visita especial à sua residência. A cerimônia contou com a presença do General de Brigada Igor Lessa Pasinato, Comandante da Brigada de Infantaria Aeromóvel, e do Tenente-Coronel Luís Fernando Hilgenberg Júnior, Comandante do 6º Batalhão de Infantaria Aeromóvel.

Em um momento de grande emoção, a Banda de Música do 6º Batalhão de Infantaria Aeromóvel executou a icônica Canção do Expedicionário, hino que simboliza o espírito dos soldados brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial. Ao lado de sua esposa, filhos e amigos, o Tenente Zandonadi recebeu as homenagens de militares da ativa e da reserva, em um tributo que reverenciou sua trajetória e estendeu-se a todos os veteranos da FEB.

A celebração não apenas reconhece o sacrifício e a bravura do Tenente Zandonadi, mas também reforça a importância de manter viva a memória dos combatentes brasileiros que atuaram na Itália. São homenagens como essa que ajudam a fortalecer o elo entre as novas gerações de militares e os heróis que pavimentaram o caminho da história nacional.

O papel da FEB e o legado deixado pelos pracinhas

A participação da FEB na Segunda Guerra Mundial foi um marco na história militar brasileira. A Brigada de Infantaria Aeromóvel, da qual Zandonadi fez parte, integrou o 1º escalão da FEB e esteve presente nos principais combates da campanha na Itália. O 6º Regimento de Infantaria, unidade histórica dessa brigada, protagonizou a primeira batalha contra as tropas inimigas em Massarosa, em 16 de setembro de 1944.

Os pracinhas brasileiros lutaram em diversos confrontos estratégicos, incluindo Monte Castello, Montese e Fornovo di Taro. Este último combate, ocorrido em abril de 1945, culminou na rendição incondicional da 148ª Divisão Alemã e remanescentes de tropas italianas e da 90ª Divisão Panzergrenadier. Foi um dos feitos mais importantes da FEB e consolidou a presença do Brasil entre as nações que ajudaram a derrotar o nazifascismo.

O legado dos combatentes brasileiros permanece vivo, não apenas nos relatos dos veteranos, mas também na formação das Forças Armadas e na identidade nacional. O reconhecimento a figuras como o Tenente Zandonadi reforça o compromisso do Exército Brasileiro em preservar a memória desses heróis e transmitir seus valores de coragem, patriotismo e disciplina às novas gerações.

A celebração de seus 102 anos é mais do que uma homenagem pessoal: é um tributo à história da Força Expedicionária Brasileira e ao compromisso dos militares brasileiros que enfrentaram as adversidades da guerra para defender a liberdade e a democracia.

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Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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