80 anos da tomada de Monte Castello: uma vitória esquecida

A conquista dos pracinhas da FEB abriu caminho para a derrota final das tropas alemãs, mas segue ignorada por grande parte dos brasileiros.

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Há exatos 80 anos, no dia 21 de fevereiro de 1945, soldados brasileiros escreviam uma das páginas mais heroicas da nossa história ao conquistar Monte Castello, na Itália. O feito foi resultado de meses de batalhas árduas contra tropas alemãs bem posicionadas, sob um frio rigoroso e em um terreno hostil. No entanto, apesar do sacrifício e da bravura dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), a data passa despercebida pela maioria dos brasileiros, relegada ao esquecimento.

Monte Castello não foi apenas uma vitória simbólica. A conquista da posição fortaleceu o avanço dos Aliados no norte da Itália, contribuindo diretamente para a derrota das forças nazifascistas na região. Foi a prova definitiva da capacidade de combate do Brasil na Segunda Guerra Mundial, com soldados que deixaram suas casas e famílias para lutar em terras estrangeiras por um ideal de liberdade. Ainda assim, a memória desse feito se dissolve com o tempo, sem o devido reconhecimento nacional.

Desde novembro de 1944, os soldados brasileiros tentaram tomar Monte Castello em sucessivas investidas, mas sempre enfrentando resistência feroz da infantaria alemã. O inverno severo e a falta de apoio adequado dificultaram as operações, resultando em baixas significativas. A vitória só veio em 21 de fevereiro de 1945, quando a FEB lançou um novo ataque coordenado, conseguindo finalmente quebrar as defesas inimigas e tomar a posição.

O Brasil enviou mais de 25 mil homens para o front, e muitos não voltaram. Os que retornaram encontraram uma pátria que rapidamente se esqueceu do que haviam vivido. Diferente de outras nações que reverenciam seus veteranos e preservam sua história militar, por aqui a FEB não recebeu o devido respeito. Com o passar das décadas, Monte Castello se tornou apenas um nome distante, sendo ignorado por uma esmagadora parcela da população.

Mesmo nos dias de hoje, são raras as homenagens aos pracinhas. Muitos brasileiros sequer sabem que o país participou da Segunda Guerra, muito menos que venceu batalhas estratégicas na Europa. Os poucos veteranos que ainda vivem carregam consigo não apenas as cicatrizes da guerra, mas também o peso do esquecimento.

Em um país onde tantas datas menos significativas recebem destaque, é surpreendente que uma vitória militar dessa magnitude seja negligenciada. Os pracinhas enfrentaram frio, fome e o fogo inimigo para defender um ideal que hoje parece pouco valorizado por aqueles que deveriam preservá-lo. O sacrifício de tantos brasileiros não deveria ser reduzido a notas de rodapé nos registros históricos.

Monte Castello deveria ser lembrado como um símbolo de coragem e determinação, um exemplo para as gerações futuras. Mas, para isso, é preciso resgatar essa memória, educar os jovens e dar o devido valor aos brasileiros que ousaram enfrentar uma guerra longe de casa — e venceram.

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