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Em um gesto de respeito histórico e solidariedade internacional, a Ucrânia se fez presente nas homenagens à Força Expedicionária Brasileira. Representantes do corpo diplomático participaram de solenidades em São Paulo e Curitiba, marcando os 80 anos da vitória na Segunda Guerra Mundial e reforçando o elo entre os povos que enfrentaram — e ainda enfrentam — regimes autoritários em defesa da liberdade.
A presença diplomática ucraniana e a simbologia das homenagens à FEB
Em São Paulo, a Praça dos Heróis da FEB, no bairro Santana, foi o cenário de uma cerimônia comovente, conduzida pelo Comando Militar do Sudeste e presidida pelo General de Exército Pedro Celso Coelho Montenegro. Entre os presentes, o destaque foi para o Cônsul Honorário da Ucrânia em São Paulo, Sr. Jorge Rybka, que, acompanhado de diplomatas do Reino Unido, Bélgica e representantes da sociedade civil, depositou uma coroa de flores em homenagem aos combatentes brasileiros.
Simultaneamente, em Curitiba, o Cônsul Honorário da Ucrânia, Mariano Czaikowski, participou do Ato Solene promovido pelo Comando da 5ª Região Militar, na Praça do Expedicionário, reafirmando o vínculo simbólico entre as lutas do passado e os desafios contemporâneos da Ucrânia. Ambas as cerimônias reforçaram a solidariedade do povo ucraniano com os brasileiros que lutaram contra o nazifascismo na Europa.
Segundo a Embaixada da Ucrânia, a participação nessas solenidades representa mais que um gesto cerimonial: é um ato de reconhecimento e continuidade histórica, num momento em que a Ucrânia, mais uma vez, enfrenta um conflito de proporções globais, resistindo ao avanço de um regime autoritário e militarista.
Vidas ucranianas na Segunda Guerra e laços com a FEB e o Brasil
A homenagem também foi uma oportunidade para relembrar o custo humano sofrido pela Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1939, a população ucraniana era de 41,7 milhões de pessoas. Em 1945, o número caiu para 27,4 milhões — resultado direto da brutal ocupação, dos combates e do Holocausto. Cerca de 8 a 10 milhões de ucranianos foram vítimas do conflito, incluindo 1,5 milhão de judeus ucranianos, o que representa 25% das vítimas do Holocausto no mundo.
Além disso, cerca de 7 milhões de ucranianos lutaram no Exército Vermelho, e metade deles pereceu. Outros centenas de milhares combateram pelas forças aliadas, entre os quais se destacam 200 brasileiros de origem ucraniana, em especial do Paraná, que abriga hoje a maior comunidade ucraniana do Brasil, estimada em até 1 milhão de pessoas.
Esse laço histórico se materializou em 2010, quando o Governo da Ucrânia condecorou o pracinha Nestor Preima, descendente de ucranianos, por sua atuação na FEB. A cerimônia, realizada em Curitiba, reforçou o papel da comunidade ucraniana no Brasil como guardiã da memória e da resistência contra o autoritarismo.
Memória, democracia e resistência: passado e presente se entrelaçam
Ao homenagear os pracinhas brasileiros, os representantes ucranianos também lançaram um alerta simbólico: os ideais da Segunda Guerra continuam atuais. Hoje, a Ucrânia enfrenta novamente um conflito armado em defesa da democracia, resistindo à invasão russa que se ampara em uma ideologia autoritária, muitas vezes comparada ao “ruscismo” ou “rashismo”, termo que associa práticas imperialistas russas ao totalitarismo histórico.
Ao recordar os horrores do passado e reconhecer os sacrifícios de hoje, a comunidade ucraniana no Brasil destacou que a liberdade nunca é definitiva — ela deve ser defendida e celebrada em cada geração. A união de esforços em São Paulo e Curitiba reforça que os vínculos entre os dois povos ultrapassam a geopolítica: estão enraizados em valores, memórias e lutas comuns.
A Embaixada da Ucrânia no Brasil reafirmou sua gratidão ao povo brasileiro, à Força Expedicionária Brasileira e às instituições que preservam a memória daqueles que combateram em nome da paz.
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