Rebeldes Houthis abordam e sequestram do navio mercante Galaxy Leader, em novembro de 2023 – Imagem: Divulgação / Houthi.

O Mar Vermelho, uma das rotas marítimas mais cruciais para o comércio global, enfrenta uma crescente onda de insegurança devido a ataques de pirataria e conflitos regionais. Para o Brasil, cuja economia depende significativamente do comércio marítimo – com cerca de 95% de seu comércio exterior realizado por essa via, segundo a Associação Brasileira de Logística, Transportes e Cargas –, a situação no Mar Vermelho apresenta não apenas um desafio logístico, mas também um impacto econômico direto.

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Impactos no Comércio e na Economia Brasileira

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Desde novembro do ano passado, o volume diário de comércio que passa pelo Canal de Suez e pelo Estreito de Bab el-Mandeb sofreu queda de 40% a 45% – Imagem: UBS Evidence Lab

Os ataques perpetrados pelos rebeldes Houthis do Iêmen têm criado um ambiente de alta instabilidade na região, afetando diretamente o tráfego marítimo e, consequentemente, a economia global. Para o Brasil, isso significa atrasos nas entregas de exportação e importação e um aumento nos custos do transporte marítimo, devido à necessidade de rotas alternativas e ao encarecimento dos seguros dos navios. A queda de 40% a 45% no volume diário de comércio que passa pelo Canal de Suez e pelo Estreito de Bab el-Mandeb é um testemunho palpável deste impacto, prejudicando a pontualidade e elevando os custos das operações comerciais brasileiras.

Desafios para a Segurança Marítima e Estratégias de Mitigação

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Mapa do cabeamento marítimo da região do Mar Vermelho mostra a interligação de telecomunicações da Europa com Estados da Ásia, África Oriental e Oriente Médio – Imagem: SubmarineCableMap.Com

A ameaça não se limita apenas ao transporte de cargas; as comunicações globais, fundamentais para a economia digital, também estão em risco, com cabos submarinos sendo danificados. Essa vulnerabilidade destaca a importância de uma estratégia robusta de segurança marítima que envolva dissuasão, como o emprego do Poder Naval. Além disso, a diversificação das origens de importação e o aumento da autossuficiência em determinados setores surgem como estratégias chave para mitigar os impactos negativos.

O Protagonismo do Brasil na Segurança Marítima Internacional

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Contra-Almirante Antonio Braz de Souza, assumindo o comando da CTF-151 no Bahrein – Imagem: Marinha do Brasil

O Brasil tem assumido um papel de liderança na luta contra a pirataria e na promoção da segurança marítima internacional, especialmente através da Força-Tarefa Combinada 151 (CTF-151), que combate atividades ilegais no Golfo de Áden, Bacia da Somália e Mar da Arábia. Essa atuação reforça o compromisso do país com a segurança marítima global e destaca a importância da cooperação internacional para enfrentar os desafios à livre navegação.

Marcelo Barros, com informações da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).