Em 1992, um acontecimento transformador ocorreu nas instalações da então Escola de Administração do Exército, hoje conhecida como Escola de Saúde e Formação Complementar do Exército (ESFCEx), em Salvador, Bahia. Pela primeira vez, 49 mulheres foram admitidas, marcando o início da formação de oficiais composta por ambos os gêneros no Exército Brasileiro. Esse momento pioneiro não apenas rompeu barreiras históricas mas também estabeleceu um precedente para a inclusão feminina nas Forças Armadas.

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Evolução e Reconhecimento

Desde essa primeira turma, a trajetória das mulheres no Exército evoluiu de maneiras significativas. Apesar de inicialmente as distinções entre homens e mulheres se limitarem a adaptações nos índices de testes físicos, as profissionais – que abrangiam uma diversidade de especializações, desde professoras a enfermeiras – demonstraram sua competência e determinação. Em 2017, essa dedicação foi coroada quando as primeiras mulheres alcançaram o mais alto posto de oficial superior, tornando-se coronéis, um marco histórico que abriu caminho para futuras gerações.

Ampliação de Horizontes e Oportunidades

O Exército Brasileiro continuou a expandir o espaço para a atuação feminina através de várias iniciativas. Desde a introdução do Serviço Militar Feminino Voluntário em áreas como saúde e engenharia até a inclusão de mulheres nos cursos de formação de sargentos e oficiais da linha bélica, o Exército demonstrou um compromisso contínuo com a igualdade de oportunidades. Em 2018 e 2021, as primeiras turmas de sargentos e oficiais da linha bélica com mulheres reforçaram esse comprometimento, marcando a entrada feminina em áreas tradicionalmente masculinas.

Presente e Futuro: Uma Força Transformada

Atualmente, com um efetivo de 13.076 mulheres, o Exército Brasileiro reflete uma força transformada, onde mulheres ocupam posições de destaque e atuam em funções desafiadoras, de mecânicas de aeronaves a paraquedistas e snipers. Este cenário progressivo não só valoriza a contribuição feminina mas também promove uma cultura de respeito e igualdade dentro da instituição.

Nos próximos cinco anos, 16 mulheres estarão concorrendo à promoção para o posto de General de Brigada, evidenciando a igualdade de condições e oportunidades no Exército. Esse avanço não apenas honra o legado das pioneiras de 1992 mas também inspira um futuro onde o gênero não define a capacidade de liderar, inovar e servir ao país.

Um Legado de Igualdade e Excelência

A jornada das mulheres no Exército Brasileiro, desde a admissão da primeira turma de mulheres até a atual participação em todos os níveis e funções, é uma história de persistência, coragem e transformação. O legado dessas mulheres transcende as realizações individuais, refletindo um movimento em direção a uma Força Armada mais inclusiva e igualitária, pronta para enfrentar os desafios do futuro com integridade e excelência.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).