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A recente descoberta de um centro de treinamento tático para traficantes no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, trouxe à tona uma preocupação crescente sobre a capacidade das forças de segurança estaduais em lidar com o avanço da criminalidade organizada. O fato de traficantes estarem recebendo treinamento especializado em guerrilha urbana indica uma escalada no nível de preparação e sofisticação desses grupos, o que, inevitavelmente, levanta questionamentos sobre os limites da atuação policial no combate ao tráfico.

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A Capacidade Constitucional da Polícia

Constitucionalmente, a polícia tem o dever de garantir a segurança pública, protegendo a população e mantendo a ordem. No entanto, o cenário atual demonstra que a polícia estadual, em muitos casos, parece estar em desvantagem diante da crescente militarização dos grupos criminosos. O treinamento em guerrilha urbana, tradicionalmente associado a conflitos armados e movimentos de resistência, sugere que os traficantes não apenas estão se preparando para confrontos com a polícia, mas também estão buscando estabelecer um domínio territorial mais amplo e estratégico.

A Esfera Federal e a Necessidade de Intervenção

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A magnitude e a complexidade do problema ultrapassam as fronteiras estaduais, tornando-se uma questão de segurança nacional. Nesse contexto, a atuação conjunta da Força Nacional, Polícia Federal e, em situações extremas, das Forças Armadas torna-se essencial. Essas instituições possuem recursos, treinamento e capacidade logística para enfrentar ameaças de grande escala, como a que está sendo apresentada pelos traficantes treinados em guerrilha.

A Importância da Cooperação Interagências

Para reverter o cenário de guerra urbana que se desenha, é fundamental que haja uma cooperação intensiva entre as diferentes forças de segurança, tanto estaduais quanto federais. A troca de informações, a realização de operações conjuntas e a unificação de estratégias são passos cruciais para combater a crescente ameaça representada pela guerrilha urbana.

A descoberta do centro de treinamento no Complexo da Maré é um alerta sobre a necessidade urgente de repensar e reestruturar a abordagem de segurança pública no Brasil. A capacidade constitucional da polícia de atuar como agente de segurança está sendo desafiada, e a resposta a esse desafio deve vir por meio de uma ação coordenada e integrada entre as diversas forças de segurança do país. Somente assim será possível restaurar a ordem e garantir a segurança da população.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).