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Montado em um cavalo branco, com a lança em punho e a fé inabalável, São Jorge é há séculos o símbolo da coragem militar. Sua imagem resiste ao tempo, cruzando fronteiras e crenças, inspirando soldados, cavaleiros e combatentes. Reverenciado como padroeiro da Cavalaria do Exército Brasileiro, São Jorge personifica a união entre bravura, lealdade e espiritualidade — virtudes essenciais no campo de batalha.
A origem histórica e simbólica de São Jorge no imaginário militar
A história de São Jorge tem raízes na Capadócia, região da atual Turquia, e se entrelaça com a do Império Romano. Filho de cristãos, Jorge ingressou cedo na carreira militar e alcançou posição de destaque como tribuno da guarda pessoal do imperador Diocleciano. Sua fidelidade à fé cristã, mesmo sob tortura, levou à sua execução em 23 de abril do ano 303, tornando-se mártir venerado por sua coragem e resistência moral.
Ao longo dos séculos, São Jorge foi incorporado ao imaginário militar de diversas culturas, sendo padroeiro de cavaleiros, cruzados, ordens militares e nações inteiras, como Inglaterra e Portugal. Sua imagem de guerreiro montado, vencendo um dragão, tornou-se símbolo da luta do bem contra o mal, da fé em meio à guerra e da proteção divina ao soldado em combate.
A devoção a São Jorge nas Forças Armadas brasileiras
No Brasil, São Jorge foi adotado como padroeiro da Cavalaria do Exército, sendo celebrado em diversas guarnições com missas, desfiles e cerimônias militares. Sua figura acompanha os cavalarianos como inspiração de bravura e proteção espiritual. Além disso, é co-padroeiro do Estado do Rio de Janeiro e reverenciado como símbolo de força na cidade de São Jorge dos Ilhéus e entre escoteiros e veteranos das Forças Armadas.
A devoção castrense ao santo é marcada por uma simbologia forte: São Jorge é lembrado antes de missões, invocado por soldados e presente em capelas e altares de quartéis. Seu legado de coragem e renúncia inspira aqueles que vestem a farda e enfrentam, em diferentes frentes, os “dragões” da vida real — seja no combate armado, nas operações de paz ou nas missões de ajuda humanitária.
Sincretismo e simbolismo de São Jorge no Brasil
A imagem de São Jorge ganhou ainda mais complexidade no Brasil, onde é sincretizado com Ogum nas religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé. Em estados como Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul, São Jorge representa também a divindade guerreira das tradições africanas, carregando o arquétipo do protetor combativo, justo e incansável.
Esse sincretismo reforça a pluralidade religiosa do Brasil e a conexão profunda entre o povo e o santo, que extrapola o catolicismo e se torna figura transversal à fé popular. A crença de que as manchas na Lua revelam a silhueta de São Jorge montado em seu cavalo, espada em riste, fortalece seu papel como guardião celestial em todas as esferas — terrestre, espiritual e simbólica.
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