Operação “Catrimani II” avança contra mineração ilegal na Terra Yanomami

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Na última segunda-feira (23 de dezembro), o Comando Conjunto “Catrimani II” realizou mais uma importante ação na luta contra a mineração ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY). A operação resultou na inutilização de uma pista de pouso clandestina na região de garimpo Mucuim, com o apoio de aeronaves UH-15 “Super Cougar”, da Marinha do Brasil, e HM-1 “Pantera”, do Exército Brasileiro. Esta foi a quarta pista interditada somente no mês de dezembro, asfixiando a capacidade logística dos garimpeiros ilegais e impedindo o transporte de recursos essenciais para a continuidade das atividades ilícitas na região.

A operação e a inutilização da pista clandestina

A ação na região de Mucuim exigiu uma logística detalhada, envolvendo o uso de aeronaves UH-15 “Super Cougar” e HM-1 “Pantera” para o transporte das tropas até o local remoto. Após o reconhecimento da área, as equipes iniciaram a preparação para inutilizar a pista clandestina, com o uso de explosivos estrategicamente distribuídos ao longo de sua extensão.

Durante a operação, os militares localizaram e neutralizaram materiais utilizados na atividade ilegal, incluindo:

  • Um quadriciclo;
  • Aproximadamente 250 litros de combustível;
  • Cerca de uma tonelada de cassiterita — minério também conhecido como “ouro negro”.

A destruição da pista foi planejada para impedir pousos e decolagens de pequenas aeronaves, frequentemente usadas para o transporte de equipamentos, combustível e minério extraído ilegalmente.

De acordo com as autoridades envolvidas, a operação representou mais um avanço significativo no combate ao garimpo ilegal, comprometendo diretamente as operações logísticas dos criminosos que exploram a região.

A importância estratégica das pistas clandestinas para o garimpo ilegal

As pistas de pouso clandestinas desempenham um papel crucial na logística do garimpo ilegal. Geralmente construídas em áreas remotas e de difícil acesso, essas estruturas permitem que aeronaves pequenas realizem o transporte rápido de materiais essenciais, como combustível, mantimentos, ferramentas e até mesmo armas.

Durante o período de seca, quando a navegação fluvial se torna inviável, essas pistas se tornam praticamente a única via de acesso às áreas de extração ilegal. Sua destruição não apenas interrompe a chegada de suprimentos, mas também dificulta a retirada de minério, resultando em um impacto direto na atividade garimpeira.

A inutilização sistemática dessas pistas, como vem ocorrendo na Operação “Catrimani II”, representa uma asfixia logística para os criminosos, reduzindo significativamente sua capacidade de operação e inviabilizando financeiramente a continuidade do garimpo ilegal.

A Operação “Catrimani II” e seus resultados até agora

A Operação “Catrimani II” é uma ação conjunta entre Forças Armadas, órgãos de segurança pública e agências federais, coordenada pela Casa de Governo no Estado de Roraima. A iniciativa, regulamentada pela Portaria GM-MD N° 5.831, tem como principais objetivos:

  • Combater o garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami;
  • Reprimir ilícitos transfronteiriços, como tráfico de armas e drogas;
  • Prevenir crimes ambientais, protegendo a biodiversidade local.

Somente em dezembro, quatro aeródromos clandestinos foram interditados: Mucuim, Hélio, Couto Magalhães e Valmor. Cada pista inutilizada representa um golpe direto na estrutura logística do garimpo ilegal, enfraquecendo suas operações e reduzindo seu impacto destrutivo na região.

Além das ações repressivas, a operação tem investido em inteligência estratégica, monitoramento aéreo e terrestre, bem como no apoio logístico constante para garantir a continuidade das atividades de fiscalização e controle na área.

O Comando Conjunto “Catrimani II” segue mobilizado, com operações previstas para o início de 2025, visando ampliar os resultados positivos já alcançados e consolidar uma presença permanente do Estado brasileiro na região Yanomami.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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