Passagem de submarino nuclear dos EUA no Atlântico Sul irrita a Argentina

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O governo da Argentina se envolveu nesta sexta-feira (12) em uma irritação com os Estados Unidos após a passagem de um submarino americano de propulsão nuclear no Atlântico Sul.
As próprias autoridades militares dos EUA haviam publicado na véspera uma postagem sobre a viagem da embarcação próximo às Ilhas Malvinas ou Falklands, território do Reino Unido ao qual os argentinos afirmam ter soberania. Aviões britânicos, segundo o post americano, participaram da ação.
Em comunicado, a Chancelaria da Argentina externou “grave preocupação” e disse que a presença de um submarino do tipo contradiz resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU) e tratados nucleares, segundo a agência France Presse. Além disso, Buenos Aires criticou a presença britânica na região.
“Não é a primeira vez que a Argentina marcou por outra parte a presença de uma base militar britânica nas Ilhas Malvinas, o que também é contrário a diferentes resoluções das Nações Unidas”, relembrou o comunicado do governo argentino.
Argentina e o Reino Unido mantêm uma disputa de soberania pelas Ilhas Malvinas, pela qual batalharam em uma guerra em 1982 que terminou 74 dias depois com a rendição do país sul-americano, governado na época por uma ditadura.
Em outro comunicado, o ministro da Defesa da Argentina, Agustín Rossi, disse que ainda está investigando o caso, mas tentou acalmar os ânimos: segundo ele, o submarino não passou por águas argentinas, e sim, em águas internacionais.
Porém, anteriormente, o governador da Terra do Fogo, Gustavo Melella, havia alertado sobre a passagem de submarinos em águas argentinas. “Seria um acontecimento inédito em nossa história, um ato de extrema gravidade para todos os estados da região”, disse, na ocasião.
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Tensão no Atlântico por pesca ilegal
Também nesta sexta-feira, uma reportagem do jornal “La Nación” diz que a Argentina se viu no meio da disputa entre Estados Unidos e China sobre pesca ilegal no Atlântico Sul.
Isso porque na semana passada o navio patrulheiro USCGC Stone não participou de atividades em águas argentinas que estavam previstas. O governo da Argentina justificou que a ação foi cancelada porque o navio não tinha condições de ancorar no porto de Mar del Plata.
Entretanto, fontes disseram ao “La Nación” que o governo de Alberto Fernández quis evitar aborrecimentos diplomáticos com a China, em um momento em que a Argentina tenta manter relações mais amistosas com o país asiático.
Em entrevista ao jornal, o ex-chanceler argentino Jorge Faurie disse que o governo argentino não está tendo o mesmo rigor com navios chineses que, segundo acusa o ex-ministro, estão depredando recursos pesqueiros no Atlântico Sul.
Fonte: G1
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