No segundo domingo de outubro, Belém celebra o Círio de Nazaré, uma das maiores romarias católicas do mundo, que reúne cerca de dois milhões de fiéis pelas ruas da capital do Pará. Diversas programações integram a festa em devoção à padroeira dos paraenses, uma tradição que se repete há mais de dois séculos. Um dos mais importantes eventos é a Romaria Fluvial pelas águas da Baía do Guajará: na manhã deste sábado (8), mais de 250 de embarcações percorreram um trajeto de aproximadamente 16 quilômetros, entre o trapiche do Distrito de Icoaraci e a escadinha do Cais do Porto, em Belém (PA).

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Realizada desde 1986, a Romaria Fluvial é o momento dedicado para as comunidades ribeirinhas e para os trabalhadores dos rios e igarapés da Amazônia expressarem devoção e gratidão a Maria de Nazaré, como a santa católica é carinhosamente chamada pelos fiéis.

Canoas, rabetas, motos aquáticas, barcos pesqueiros, lanchas e navios de passageiros acompanharam o trajeto da imagem peregrina.

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Pela 22ª edição, a imagem da padroeira dos paraenses foi conduzida pelo Navio Hidroceanográfico Garnier Sampaio

Após dois anos de interrupção, a procissão fluvial retorna à programação oficial da quadra nazarena. A Marinha do Brasil  foi a coordenadora da procissão das águas: a imagem de Nossa Senhora de Nazaré foi conduzida a bordo do Navio Hidroceanográfico (NHo) “Garnier Sampaio”, subordinado ao Centro de Hidrografia e Navegação do Norte. A imagem foi recebida a bordo pelo Comandante de Operações Navais, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen, e colocada em local de destaque na embarcação. A bordo do NHo “Garnier Sampaio” também estavam o Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro,  o Arcebispo de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, além de autoridades militares das três Forças Armadas.

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Segurança do tráfego
Durante a Romaria Fluvial, cabe à MB coordenar a segurança do tráfego aquaviário, trabalho que teve apoio de embarcações do Corpo de Bombeiros Militar do Pará, Grupamento Fluvial da Polícia Civil do Pará, Praticagem, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência de Belém (Samu) e Cruz Vermelha.

A Marinha mobilizou 250 militares para o aparato de segurança da romaria. “Fizemos um planejamento detalhado, meticuloso. São cerca de 30 embarcações atuando neste planejamento, sendo a maioria da Marinha do Brasil”, afirmou o Comandante do 4º Distrito Naval, o Vice-Almirante Edgar Luiz Siqueira Barbosa.

O Capitão de Corveta Jean Jaques Bergamaschi, que assumiu o comando do NHo “Garnier Sampaio” em fevereiro deste ano, teve a responsabilidade de conduzir a imagem peregrina. O comandante ressaltou o período intenso de preparação.

“Existem dois momentos distintos: o primeiro na preparação do navio, quando a atenção de toda a tripulação se volta para alcançar o nível de aprestamento e apresentação marinheira que um evento desse vulto merece. O segundo, e maior desafio, é com relação à segurança, seja da navegação, quanto de todas as pessoas envolvidas”.

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As embarcações que participaram da romaria foram previamente cadastradas pela Capitania dos Portos da Amazônia Oriental (CPAOR). Após inspeção das condições de segurança e verificação da habilitação dos condutores, as embarcações receberam a bandeira de identificação do evento.

Durante o trajeto, a CPAOR realizou fiscalizações para garantir o respeito à capacidade de passageiros, e que todos os ocupantes das embarcações estivessem utilizando coletes salva-vidas. Outra preocupação da autoridade marítima foi a manutenção da distância de segurança entre os barcos que acompanhavam a romaria e o navio que conduzia a imagem de Nossa Senhora.

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Em terra, milhares de fiéis saudaram a passagem das embarcações ao longo do trajeto

Durante a procissão, nenhum incidente foi registrado. “O nosso maior desafio foi cumprido: fazer o traslado da imagem de Nossa Senhora de Nazaré, garantindo que ela chegasse intacta ao centro de Belém. É uma emoção muito grande ter cumprido o compromisso da Marinha, de garantir a segurança da navegação nessa Romaria Fluvial, uma festa religiosa belíssima do estado do Pará”, disse o Capitão dos Portos da Amazônia Oriental, o Capitão de Mar e Guerra André Vieira.

Na chegada à escadinha do Cais do Porto, na Praça Pedro Teixeira, a imagem foi recebida com honras de Chefe de Estado pela Polícia Militar e seguiu para a Moto Romaria. Neste domingo (9), será realizada a grande procissão, que parte da Igreja da Sé até a Basílica de Nazaré.

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Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).