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A navegação interior brasileira ganha cada vez mais protagonismo no cenário logístico do país. Em 2024, foram transportadas mais de 116,6 milhões de toneladas em vias interiores, impulsionadas pelo crescimento no Arco Norte e pela movimentação de grãos e derivados de petróleo. A recente aprovação do Plano Geral de Outorgas de Hidrovias e o início das audiências públicas marcam um novo capítulo para o setor.
O crescimento da navegação interior no Brasil
Nos últimos anos, a navegação interior tem se consolidado como um dos modais mais eficientes e sustentáveis para o transporte de cargas no Brasil. Em 2024, a movimentação de produtos por rios e lagos atingiu 116,6 milhões de toneladas entre janeiro e novembro, refletindo um crescimento significativo na utilização das hidrovias como alternativa ao transporte rodoviário e ferroviário.
O destaque desse avanço está no Arco Norte, região que se tornou estratégica para o escoamento da produção agrícola, especialmente soja e milho. Com a ampliação dos portos e terminais fluviais na região, produtores encontram na navegação interior uma solução logística mais barata e eficiente, reduzindo custos e prazos para exportação.
Além da agroindústria, o transporte de petróleo e derivados também vem registrando um aumento expressivo, evidenciando a importância das hidrovias para o setor energético. O uso crescente desse modal reforça sua relevância não apenas do ponto de vista econômico, mas também ambiental, já que o transporte hidroviário emite menos poluentes em comparação ao modal rodoviário.
O papel da ABANI no desenvolvimento do setor
Criada em 1984, a Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Navegação Interior (ABANI) tem sido uma peça-chave para o fortalecimento das hidrovias no Brasil. Atuando como um elo entre o setor privado e o poder público, a entidade busca impulsionar investimentos e melhorias nas infraestruturas fluviais, além de promover debates sobre políticas voltadas para a navegação interior.
A recente reunião entre a diretoria da ABANI e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) reforçou a relevância da entidade na construção de soluções para o setor. Na ocasião, o novo presidente da associação, José Rebelo III, assumiu a missão de dar continuidade ao trabalho iniciado por seu antecessor, Dodó Carvalho, e fortalecer ainda mais a participação da ABANI no desenvolvimento da navegação interior.
Com forte atuação na Amazônia e na reparação naval, José Rebelo III representa uma nova fase para a associação, que deve intensificar suas ações para garantir que o setor continue crescendo de forma sustentável e competitiva. A parceria entre ABANI e ANTAQ será fundamental para impulsionar as hidrovias como um dos principais eixos logísticos do Brasil.
Avanços regulatórios e o futuro das hidrovias
O setor hidroviário brasileiro recebeu um importante estímulo regulatório em outubro de 2024, com a aprovação do Plano Geral de Outorgas de Hidrovias. Esse documento estabelece diretrizes para a exploração das vias navegáveis, facilitando a atração de investimentos e a ampliação da infraestrutura fluvial.
Como parte desse processo, a primeira audiência pública sobre a “Hidrovia do Paraguai” foi realizada no dia 6 de fevereiro de 2025. O projeto tem o objetivo de fortalecer o transporte de cargas na região Centro-Oeste e ampliar a conectividade com países vizinhos, como Paraguai, Bolívia e Argentina. A iniciativa representa um avanço estratégico para o comércio exterior brasileiro, oferecendo um novo corredor logístico de alto potencial.
A expectativa é que, nos próximos anos, novos investimentos sejam direcionados para a melhoria das hidrovias nacionais, com a modernização de portos, terminais e embarcações. A combinação de incentivos regulatórios, aumento da demanda por transporte eficiente e participação ativa de entidades como a ABANI sinaliza que a era das hidrovias está apenas começando.
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