Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias. |
Navegar pelos rios da Amazônia é mais do que um meio de transporte: é uma necessidade para milhares de pessoas que dependem das vias fluviais para locomoção e trabalho. Diante desse cenário, a Marinha do Brasil tem ampliado sua atuação na capacitação de aquaviários, promovendo cursos do Ensino Profissional Marítimo em toda a região. Com um número crescente de formados, a iniciativa fortalece a segurança da navegação e impulsiona o desenvolvimento socioeconômico da população ribeirinha.
Expansão do Ensino Profissional Marítimo e seus impactos
A Marinha do Brasil, por meio do Comando do 9º Distrito Naval (Com9ºDN), tem intensificado seus esforços na qualificação de aquaviários para atender à crescente demanda da navegação na Amazônia. Em 2024, mais de 4.173 profissionais foram formados na região, um marco significativo para a segurança da navegação e para o fortalecimento do setor fluvial.
A formação desses profissionais é realizada por meio de três Capitanias Fluviais: a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental (CFAOC), a Capitania Fluvial de Tabatinga (CFT) e a Capitania Fluvial de Porto Velho (CFPV). Essas unidades coordenam os cursos em grandes centros urbanos, como Manaus, mas também levam capacitação a comunidades remotas através de ações itinerantes e parcerias com Agências Fluviais.
Em Manaus, os cursos são ministrados no Centro Técnico de Formação de Fluviários da Amazônia Ocidental (CTFFAO), onde os alunos têm acesso a infraestrutura moderna, incluindo simuladores que reproduzem com realismo o ambiente de navegação. A meta para 2025 é ampliar ainda mais a oferta de cursos, alcançando municípios que nunca receberam esse tipo de capacitação.
Oportunidades e benefícios para as comunidades ribeirinhas
A capacitação de aquaviários não apenas melhora a segurança da navegação, mas também representa uma oportunidade de crescimento profissional e inclusão social para milhares de trabalhadores na Amazônia. Muitos ribeirinhos encontram na qualificação oferecida pela Marinha um caminho para melhores condições de trabalho e aumento da renda.
Wildeson Oliveira Mar, aquaviário desde 1992, destaca o impacto dos cursos na valorização da mão de obra do setor. “A Marinha está abrindo portas para que possamos nos qualificar e crescer na carreira. O número de profissionais formados vem aumentando muito, e isso fortalece a Marinha Mercante e a economia local”, afirma ele, que está concluindo o curso de Supervisor Maquinista – Motorista Fluvial no CTFFAO.
Os cursos ofertados abrangem diferentes categorias, como Marinheiro Fluvial, Contramestre, Mestre e Capitão Fluvial. Além disso, há capacitações específicas para servidores públicos e tripulação de embarcações estatais, ampliando o alcance da iniciativa. Em 2024, a Capitania Fluvial de Porto Velho capacitou 1.750 profissionais, um aumento de 22% em relação ao ano anterior. Para 2025, a meta é expandir essa oferta em 33%.
O Capitão dos Portos da Amazônia Ocidental, Capitão de Mar e Guerra André Carvalhaes, reforça que a Marinha está comprometida em modernizar e levar a capacitação a mais localidades. “Estamos facilitando o processo de inscrição e ampliando o acesso aos cursos. Em 2025, planejamos chegar a comunidades que nunca receberam nossas equipes, garantindo que mais pessoas possam ingressar na Marinha Mercante e contribuir para o setor”, afirma.
O papel da Marinha na segurança da navegação na Amazônia
A navegação na Amazônia enfrenta desafios únicos, como a vasta extensão dos rios, a variação dos níveis das águas e a ausência de infraestrutura em algumas regiões. Nesse contexto, a atuação da Marinha na fiscalização e formação de profissionais capacitados é essencial para evitar acidentes e garantir um tráfego seguro nas hidrovias.
A Capitania Fluvial de Tabatinga, responsável por uma extensa área que inclui a Tríplice Fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, também vem ampliando suas atividades. Em 2024, a unidade formou 323 aquaviários e já projeta um crescimento de 36% para 2025. Segundo o Capitão dos Portos de Tabatinga, Capitão de Fragata Santos Soares, a busca por parcerias com órgãos públicos tem sido essencial para superar desafios logísticos e expandir o Ensino Profissional Marítimo na região.
A inovação também tem sido um diferencial na capacitação. Em Manaus, um simulador de navegação tem proporcionado uma experiência realista para os alunos, permitindo que pratiquem manobras e tomem decisões em um ambiente seguro antes de operarem embarcações reais.
Além de capacitar novos aquaviários, a Marinha reforça a conscientização sobre segurança, incentivando o uso de equipamentos adequados e o cumprimento das normas de tráfego fluvial. O Capitão de Fragata Matheus de Athaides Firmino, responsável pela Capitania Fluvial de Porto Velho, destaca que os cursos também desempenham um papel educativo. “Os novos profissionais saem dos cursos com uma visão mais clara sobre a importância da segurança e da responsabilidade na navegação. Isso impacta diretamente na redução de acidentes e na melhoria da qualidade dos serviços fluviais”, explica.
Participe no dia a dia do Defesa em Foco
Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395