O marco fronteiriço localizado na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, em Pacaraima. (Photo by Paolo Costa Baldi. License: GFDL/CC-BY-SA 3.0)

O Exército Brasileiro, atento às crescentes tensões entre a Venezuela e a Guiana, reforçou sua presença militar na fronteira de Pacaraima, Roraima. Esta ação é uma resposta à possibilidade, ainda que considerada improvável, de uma invasão da Guiana pela Venezuela, o que implicaria em uma incursão pelo território brasileiro.

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A Dinâmica da Fronteira e a Estratégia de Dissuasão

Pacaraima, cidade fronteiriça com a Venezuela, tornou-se um ponto estratégico nesse cenário, juntamente com Bonfim e Normandia, localizadas na fronteira com a Guiana. A região, marcada por densas florestas, apresenta desafios logísticos significativos para movimentações militares em larga escala. Neste contexto, o Exército Brasileiro concentra esforços em uma estratégia de “dissuasão”, visando prevenir qualquer ação militar por parte do regime de Nicolás Maduro.

Contexto Político e Militar

A relação entre Brasil e Venezuela, sob o governo do presidente Lula, é considerada um fator importante na avaliação da improbabilidade de uma ação militar venezuelana. Ademais, o Exército Brasileiro avalia que a capacidade operacional das forças venezuelanas pode ser limitada, especialmente em termos de efetivo e condições de trabalho, embora possuam equipamentos militares relativamente avançados.

Desafios Marítimos e Plebiscito Venezuelano

Uma invasão pelo mar é vista como ainda menos provável, dado o estado da Marinha venezuelana e as dificuldades de acesso ao litoral da Guiana. Neste contexto, destaca-se o plebiscito organizado pelo regime de Maduro sobre a anexação de Essequibo, uma região rica em petróleo e objeto de longa disputa. A Corte Internacional de Justiça em Haia enfatizou que a Venezuela deve evitar ações que alterem a situação da região, sem recomendar a suspensão da consulta popular.

Posição do Itamaraty e Perspectivas Futuras

O Itamaraty, monitorando de perto a crise, adota uma postura de observação, ressaltando a autonomia da Venezuela em realizar o referendo. Contudo, há a expectativa de que o resultado seja favorável à anexação, considerando o consenso interno na Venezuela sobre a questão de Essequibo.

O Brasil, priorizando a estabilidade regional e a segurança de suas fronteiras, continua vigilante diante das dinâmicas geopolíticas na América do Sul, reafirmando seu compromisso com a paz e a diplomacia na região.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).