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Na capital federal, a diplomacia militar ganhou destaque com a chegada da comitiva sul-africana ao Comando de Operações Terrestres (COTER). Liderada pela Major-General René Elgene Mercuurr, a delegação foi recebida por oficiais-generais brasileiros em um dia de exposições, intercâmbio doutrinário e visita a espaços estratégicos do Exército. A troca de experiências reforça os laços entre Brasil e África do Sul na construção de capacidades militares conjuntas.
Intercâmbio técnico: doutrina e projetos estratégicos em foco
A programação da visita incluiu apresentações aprofundadas sobre a atuação do COTER, proferida pelo General de Brigada Fabiano Lima de Carvalho, chefe do Centro de Doutrina do Exército (C Dout Ex), e sobre o Escritório de Projetos do Exército (EPEx), conduzida pelo General de Brigada Marcelo Rocha Lima. Ambas as palestras destacaram o compromisso do Exército Brasileiro com a modernização de suas capacidades operacionais, com ênfase na condução de projetos estratégicos e no desenvolvimento de doutrina compatível com os desafios do ambiente contemporâneo.
A comitiva sul-africana também conheceu o Espaço de Trabalho e Interativo de Doutrina (ETID), ambiente dedicado à análise, formulação e experimentação de conceitos militares. O ETID tem sido um importante vetor de transformação doutrinária, permitindo a construção colaborativa de soluções operacionais com base em cenários reais e exercícios simulados. Para os visitantes, a estrutura representa um modelo a ser estudado e, possivelmente, adaptado à realidade de suas próprias forças.
Defesa como diplomacia: fortalecendo laços com a África do Sul
A visita da Major-General René Elgene Mercuurr, oficial-general de destaque no Exército da República Sul-Africana, reforça a importância da diplomacia militar como instrumento de cooperação internacional. A troca de conhecimentos técnicos e operacionais entre Brasil e África do Sul ocorre em um contexto de aproximação entre nações do Sul Global, que buscam construir uma agenda própria de Defesa, baseada na autonomia estratégica, desenvolvimento tecnológico e interoperabilidade entre suas forças.
Ambos os países compartilham desafios comuns: vastos territórios, fronteiras extensas, recursos naturais estratégicos e a necessidade de manter forças terrestres preparadas para atuar em múltiplos ambientes operacionais. Nesse cenário, o diálogo entre as forças armadas é fundamental para o aprimoramento mútuo, inclusive com vistas à participação em missões de paz, coalizões multinacionais e operações de ajuda humanitária.
O papel institucional do COTER e o protagonismo doutrinário
O Comando de Operações Terrestres (COTER) é um dos pilares estratégicos do Exército Brasileiro. Responsável pelo preparo das forças terrestres e pela formulação de doutrinas, o comando supervisiona centros como o C Dout Ex, que conduz estudos, análises e revisões doutrinárias que orientam a atuação da Força. A visita da comitiva sul-africana evidenciou o reconhecimento internacional dessa expertise.
O Escritório de Projetos do Exército (EPEx), por sua vez, é o núcleo responsável pela gestão de iniciativas de grande envergadura, como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) e o projeto de recapacitação das tropas. A participação do General de Divisão Giovani Moretto, do Estado-Maior do Exército (EME), na recepção à delegação sul-africana, sublinha a relevância institucional do encontro e o compromisso da Força Terrestre em fomentar o diálogo com exércitos parceiros.
Ao abrir suas portas para a comitiva estrangeira, o Exército Brasileiro não apenas compartilha conhecimento, mas também fortalece sua posição como ator relevante no contexto da segurança internacional. A visita foi breve, mas seu impacto pode reverberar em futuras cooperações e no alinhamento de estratégias entre os dois países.
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