Cartéis usam tecnologia de ponta em submarino teleguiado apreendido na Colômbia

Submarino e barcos da Marinha da Colômbia no mar.
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Os cartéis estão redefinindo o narcotráfico com inovação. A Marinha colombiana apreendeu o primeiro narcossubmarino não tripulado, controlado remotamente e pronto para cruzar o Caribe sem levantar suspeitas. A embarcação, ainda em fase de testes, não levava carga ilegal, mas levanta alertas sobre o uso de tecnologias como comunicação via satélite Starlink e sistemas de navegação autônoma em rotas de tráfico internacional.

O avanço tecnológico no narcotráfico: narcossubmarinos e satélites

A embarcação, classificada como um Low Profile Vessel (LPV), é uma evolução dos tradicionais narcossubmarinos utilizados há décadas pelos cartéis para traficar cocaína. A diferença é que o modelo apreendido não possui tripulação e pode ser operado à distância, com autonomia parcial, navegando rente à linha d’água e dificultando seu rastreamento por radar.

O destaque da apreensão foi a presença de uma antena de internet via satélite Starlink, instalada na proa da embarcação. A tecnologia permite comunicação em tempo real com operadores remotos, mesmo em mar aberto, ampliando as possibilidades de evasão e controle preciso do trajeto. Segundo especialistas em segurança marítima, o uso desse tipo de conexão indica uma migração para sistemas sofisticados e descentralizados, com potencial para transportar cargas ilegais a longas distâncias sem intervenção humana.

A resposta da Marinha colombiana e os desafios operacionais

A embarcação foi detectada e interceptada próximo à cidade de Santa Marta, na costa do Parque Tayrona, no mar do Caribe. A Marinha da Colômbia atuou com rapidez após identificar padrões de navegação suspeitos e realizou a abordagem com duas embarcações militares. Embora o submarino estivesse vazio, os investigadores acreditam que ele fazia parte de um teste operacional antes de ser utilizado em missões de transporte de cocaína.

O almirante Juan Ricardo Rozo, comandante da Marinha, destacou que esta apreensão “reflete a evolução das redes criminosas para o uso de veículos não tripulados e de difícil rastreamento”. A Colômbia, maior produtora mundial de cocaína segundo a ONU, enfrenta o desafio de atualizar suas estratégias de patrulhamento e inteligência naval diante desse novo perfil tecnológico das organizações criminosas.

Implicações geopolíticas e internacionais do novo cenário do tráfico

A apreensão desse submarino não tripulado sinaliza uma mudança de paradigma no combate ao tráfico internacional. A integração de tecnologias autônomas com redes de internet via satélite pode ampliar significativamente a eficiência dos cartéis, exigindo uma resposta coordenada entre países, especialmente Estados Unidos, Colômbia, países caribenhos e europeus, que estão nas rotas finais dessas cargas.

Além do impacto direto sobre a segurança marítima regional, o episódio levanta preocupações sobre a transferência de tecnologias civis de ponta para o crime organizado. O uso da rede Starlink, por exemplo, reacende o debate sobre regulação do acesso a tecnologias de comunicação global, especialmente em áreas de conflito ou interesse estratégico. A tendência é de que esse tipo de artefato se torne mais comum, exigindo cooperação internacional mais agressiva no monitoramento e interceptação desses dispositivos.

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