Nas primeiras horas de uma terça-feira iluminada, os contornos da Base Naval de Niterói foram preenchidos pela majestosa silhueta dos Navios de Apoio Oceanográfico “Ary Rongel” e do Navio Polar “Almirante Maximiano”. Estes gigantes dos mares retornaram ao Brasil após uma estadia de seis meses nos inóspitos mares Antárticos, marcando o fim da 42ª Operação Antártica (OPERANTAR), uma missão que reforça o compromisso brasileiro com a ciência global e a diplomacia científica.

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Cumprimento de uma missão complexa e multifacetada

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A OPERANTAR não é apenas uma missão de apoio logístico; ela é uma ponte para o avanço científico através do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). Com o suporte destes navios, foi possível realizar o levantamento hidrográfico detalhado conforme o “Plano de Trabalho de Hidrografia 2020-2023” e dar continuidade a 23 projetos de pesquisa em campos tão variados quanto Biologia e Oceanografia. O envolvimento de 137 pesquisadores destaca a escala e a importância dessas operações, que transcendem as simples medidas de presença territorial.

Marcos históricos e colaborações internacionais

Um dos momentos mais emblemáticos desta expedição foi quando o “Almirante Maximiano” cruzou o Círculo Polar Antártico, um feito notável dada a hostilidade do ambiente polar extremo. Este marco não apenas simboliza a bravura e a resiliência dos envolvidos, mas também assegura o Brasil como Membro Consultivo do Tratado da Antártica, permitindo uma participação ativa nos futuros direcionamentos políticos e científicos do continente.

A cooperação internacional é um pilar central da OPERANTAR. Durante esta missão, foram estreitados laços com nações como Bulgária, Chile, República Tcheca, Peru e Polônia, proporcionando uma base sólida para futuras colaborações científicas. O Contra-Almirante Ricardo Jaques Ferreira, Secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, sublinhou a importância dessas parcerias: “O sucesso desta operação é um testemunho da nossa capacidade de contribuir significativamente para a ciência global e para a política externa brasileira.”

Impacto na Estação Antártica Comandante Ferraz

Os navios também desempenharam um papel crucial no reabastecimento e suporte à Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF), que este ano celebra 40 anos de operações críticas. Situada na Ilha Rei George, a EACF é um centro nevrálgico para estudos antárticos, beneficiando-se diretamente da logística complexa organizada pela MB e pela Força Aérea Brasileira.

Desafios e conquistas

A chegada dos navios foi um momento de júbilo e emoção, com militares reencontrando suas famílias após meses de separação. O Capitão de Mar e Guerra Marco Aurélio Barros de Almeida, comandante do “Ary Rongel”, refletiu sobre a missão: “Nosso objetivo foi duplo: garantir o sucesso dos nossos projetos científicos e garantir a segurança de nossa tripulação. Hoje, posso afirmar com orgulho que alcançamos ambos.”