Conhecimento científico acessível, transparente, cooperativo, com maior velocidade nas descobertas, verificabilidade e confiabilidade. Assim é a Ciência Aberta, uma nova forma de abordar o processo científico. Ela se baseia no trabalho colaborativo e em novas maneiras de produzir e difundir descobertas. Tudo isso é feito a partir das tecnologias de informação e ferramentas abertas.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) apoia o movimento e vem adotando iniciativas que provoquem reflexões relacionadas à temática. Entre as ações, a Coordenação realizou, com apoio do Portal de Periódicos, dois encontros de ciência aberta. O primeiro em 2018 e o segundo em 2019.
A Ciência Aberta trabalha com uma mudança de paradigma na forma como as pesquisas foram realizadas nos últimos cinquenta anos: passa das práticas já conhecidas de publicação de resultados para movimentos colaborativos de compartilhamento do processo de produção, de dados científicos, metodologias, fluxos de trabalho, avaliação e disseminação livres.
Desde 31 de julho deste ano, está disponível para consulta, a série Compromisso pela Ciência Aberta, composta por seis vídeos. Este material fala sobre as diferentes nuances desse movimento que apoia a disseminação e democratização do conhecimento. Ele faz parte dos resultados entregues pelo Marco 4 do Compromisso 3 do 4º Plano de Ação Nacional em Governo Aberto.
Esse compromisso do Open Government Partnership-OGP (Parceria para Governo Aberto, em tradução livre) pretende estabelecer mecanismos de governança de dados científicos para o avanço da ciência aberta no Brasil. Neste sentido, a CAPES tem colaborado com outras instituições, como a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), promovendo a divulgação de cursos gratuitos sobre o tema, na maior plataforma online de conteúdos científicos do Brasil.
Segundo Andréa Vieira, coordenadora-geral do Portal de Periódicos, as agências de fomento do mundo inteiro vêm promovendo políticas para impulsionar a Ciência Aberta. “Acredito que em breve a CAPES também começará com as suas ações mais práticas, fomentando editais, publicando portarias de incentivo às práticas de ciência abertas entre outros”, explica.
O tema é de extrema importância e a atual pandemia, provocada pelo novo vírus corona, reforça ainda mais a necessidade da colaboração científica e da ciência aberta para a tomada de decisão e formulação de políticas no combate à COVID-19. A CAPES apoia o governo brasileiro neste movimento colaborativo e participativo voltado ao progresso global.
Governo Aberto
A Parceria para Governo Aberto, do inglês, Open Government Partnership (OGP) é uma iniciativa internacional, criada em 2011, pelo Brasil e mais sete países com o objetivo difundir e incentivar globalmente práticas governamentais relacionadas à transparência, acesso à informação pública, à participação social e à inovação.
Atualmente, quase 80 países integram o grupo. As ações relativas à OGP são executadas por meio de planos de ação nacionais – criados pelos próprios países membros, com foco nas temáticas que julgam mais relevantes, e têm duração de dois anos.
No Brasil, o 4º Plano de Ação Nacional, lançado em outubro de 2018, é composto por 11 compromissos, entre eles o Compromisso 3 – conhecido como Compromisso pela Ciência Aberta –, que teve como objetivo estabelecer mecanismos de governança de dados científicos para o avanço da Ciência Aberta no Brasil.
Por Redação CCS/CAPES