Primeira fase de construções em Angra 3 deve ir até 2023. A segunda, até 2026. Foto: Arquivo/Agência Brasil
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou contrato com o consórcio Angra Eurobras NES, vencedor da concorrência para a estruturação do projeto de retomada e conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3. Iniciada em 1984, a construção da unidade foi interrompida duas vezes — a última em 2015, quando pouco mais de 60% do empreendimento já tinha sido concluído. Prevista para entrar em operação no fim de 2026, Angra 3 vai gerar mais de 10 milhões de MWh por ano, energia suficiente para atender aproximadamente 6 milhões de residências. Além disso, como se trata de geração sem dependência de condições climáticas, a usina contribuirá para o aumento da confiabilidade do Sistema Interligado Nacional (SIN).
A contratação do consórcio faz parte dos serviços técnicos que o BNDES presta à Eletronuclear — proprietária da usina — desde 2019, visando estruturar o modelo jurídico, econômico e operacional de parceria junto à iniciativa privada, para a construção, manutenção e exploração de Angra 3. Formado pelas empresas Tractebel Engineering Ltda. (líder), Tractebel Engineering S.A. e Empresários Agrupados Internacional S.A., o consórcio terá a atribuição de definir a projeção dos investimentos necessários à implementação do projeto, o cronograma detalhado da obra e a especificação de como se dará a contratação de uma ou mais construtoras para a realização dos trabalhos.
O grupo Tractebel, cuja história começa no século XIX, tem experiência em vários países do mundo na atuação com energia nuclear. A Empresarios Agrupados é uma empresa espanhola de engenharia, criada em 1971, atuante no setor de geração de energia elétrica, com experiência na implantação de usinas nucleares.
“A contratação do consórcio, composto por empresas com vasta experiência em assessoramento à implementação de usinas nucleares no mundo, permitirá que se projete ao mercado a confiança necessária para atrair parceiros construtores de primeira linha e uma ampla gama de agentes financiadores no Brasil e no mundo”, explica Leonardo Cabral, diretor de Privatizações do BNDES.
De acordo com modelo proposto pelo banco, as obras serão retomadas por meio de EPC (Engineering, Procurement and Construction), modalidade de contratação de serviços de engenharia na qual a construtora contratada ficará responsável não só pela execução da obra em si, mas também por eventuais complementos ao projeto de engenharia e pela compra dos materiais e equipamentos necessários à finalização da obra. Angra 3 poderá ter um ou mais contratos de EPC, dependendo das recomendações técnicas a serem feitas pelo consórcio contratado.
Segundo Lidiane Delesderrier Gonçalves, superintendente da Área de Estruturação de Empresas e Desinvestimento do BNDES, o Angra Eurobras NES será responsável também por assessorar a contratação das construtoras. “Esse assessoramento, que incluirá a avaliação das propostas técnicas das empresas proponentes, é considerado de suma importância para garantir um processo seletivo bem-sucedido, atraindo empresas de reconhecida qualidade técnica”, afirma.
Fonte: assessoria de imprensa do BNDES