Marinha e UFRJ ampliam parceria para avanço dos reatores nucleares marítimos

Evento de boas-vindas com nove pessoas em pé.
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A inovação encontrou o mar. Em um curso de extensão promovido pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o apoio da Marinha do Brasil, especialistas, militares, parlamentares e pesquisadores debateram o futuro dos Reatores Modulares Pequenos (SMRs) em navios e plataformas offshore. A iniciativa marcou mais um passo decisivo na construção de uma parceria estratégica entre academia e Defesa para garantir a autonomia energética e tecnológica do País.

SMRs: Avanços Tecnológicos e Aplicações Marítimas

Os Reatores Modulares Pequenos (SMRs) representam uma das tecnologias mais promissoras do setor energético global. Projetados para operar em escalas reduzidas, com maior segurança e menor custo, esses reatores têm aplicação estratégica em ambientes remotos ou extremos, como navios militares, submarinos e plataformas de petróleo offshore.

Conferência com painel de especialistas em auditório lotado.

Durante o curso de extensão “Energia Nuclear no Mar: Viabilidade e Normas para SMRs embarcados”, promovido pela UFRJ, foram apresentadas as principais iniciativas de pesquisa e desenvolvimento em andamento no Brasil, com destaque para o estudo contratado pela Petrobras visando à geração offshore de energia elétrica com baixo impacto ambiental.

Além disso, o professor Aquilino Senra, da COPPE/UFRJ, destacou o potencial da geração nuclear offshore para setores estratégicos como mineração, siderurgia, data centers e dessalinização, especialmente em ambientes distantes da costa, a até 2.500 metros de profundidade.

Cooperação Estratégica entre Marinha e UFRJ para Soberania Tecnológica

A parceria entre a Marinha do Brasil e a UFRJ foi amplamente reconhecida como um exemplo de cooperação institucional bem-sucedida. Para o Almirante de Esquadra Rabello, Diretor-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, a integração com universidades como a UFRJ é fundamental para acelerar o desenvolvimento de soluções energéticas autônomas e sensíveis ao interesse nacional.

Palestrantes em evento de boas-vindas no Brasil.

Também participaram do evento o Vice-Almirante Newton de Almeida Costa Neto, Diretor-Presidente da AMAZUL, e o Almirante de Esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, Secretário Naval de Segurança Nuclear, ambos reforçando o papel da formação de mão de obra especializada e da integração entre academia, governo e indústria na construção de um Brasil com domínio tecnológico pleno sobre o ciclo nuclear.

O professor Renato Cotta, ex-presidente da CNEN e atual consultor técnico da DGDNTM, destacou que o avanço dos SMRs depende diretamente da capacitação técnica e da mobilização coordenada de instituições estratégicas. Segundo ele, iniciativas como a da UFRJ são essenciais para consolidar o protagonismo brasileiro no campo da energia nuclear.

Energia Nuclear no Mar: Segurança, Regulação e Futuro Sustentável

Além dos avanços técnicos, o curso debateu os marcos regulatórios e os critérios de segurança que envolvem o uso de SMRs embarcados. A segurança nuclear, especialmente em meios flutuantes, exige protocolos robustos, normatizações específicas e cooperação contínua com órgãos reguladores.

Nesse contexto, o Almirante Petronio destacou a importância de fomentar uma cultura de segurança nuclear naval, ao mesmo tempo em que se amplia o conhecimento técnico sobre a operação de plantas nucleares em plataformas marítimas. O objetivo é garantir que o uso dos SMRs ocorra de forma segura, confiável e ambientalmente responsável.

O evento consolidou-se como uma referência no debate técnico-científico sobre energia nuclear marítima, contribuindo para um futuro energético sustentável, autônomo e estratégico para o Brasil. A mobilização de especialistas, alunos, militares e lideranças políticas reafirma o compromisso coletivo com o avanço da tecnologia nuclear em benefício do país.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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