Marinha e Petrobras avançam no monitoramento da Amazônia Azul

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A segurança e o conhecimento sobre a Amazônia Azul ganharam um reforço tecnológico. Na última terça-feira (11), a Marinha do Brasil e a Petrobras avançaram no Projeto Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica (REMO), uma iniciativa voltada para o monitoramento meteoceanográfico em tempo real da costa brasileira. O projeto utilizará veículos autônomos e boias equipadas com sensores avançados para coletar dados sobre correntes marítimas, temperatura da água e condições meteorológicas, garantindo mais precisão para operações navais, pesquisa acadêmica e proteção ambiental.

O Projeto REMO e a importância do monitoramento da Amazônia Azul

A Amazônia Azul, uma área marítima de 5,7 milhões de quilômetros quadrados sobre a qual o Brasil exerce soberania, possui uma importância estratégica, econômica e ambiental para o país. Essa região concentra vastos recursos naturais, biodiversidade marinha e atividades essenciais, como exploração de petróleo e pesca industrial.

Diante desse cenário, o Projeto REMO foi desenvolvido para ampliar o monitoramento meteoceanográfico da costa brasileira, garantindo maior segurança para navegação, operações militares e pesquisas científicas. A coleta contínua de dados permitirá análises mais precisas das condições marítimas, reduzindo riscos para embarcações e facilitando respostas rápidas a eventos climáticos extremos e incidentes ambientais.

A iniciativa também se alinha a compromissos internacionais, como o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 14 da Organização das Nações Unidas (ONU), que busca a conservação e o uso sustentável dos oceanos, mares e recursos marinhos.

Tecnologia e inovação no monitoramento oceânico

O Projeto REMO aposta na inovação para aprimorar a vigilância da Amazônia Azul. A tecnologia utilizada no programa inclui boias autônomas equipadas com sensores de alta precisão, placas fotovoltaicas para geração de energia e transmissão de dados via satélite. Essas boias captam informações em tempo real sobre correntes oceânicas, temperatura da água, velocidade do vento e outros indicadores ambientais essenciais.

Além das boias, serão empregados veículos autônomos submarinos do tipo Glider e de superfície do tipo Sailbuoy. Os Gliders são capazes de operar em grandes profundidades, alcançando até mil metros abaixo da superfície, enquanto os Sailbuoys, que se assemelham a pequenos veleiros, realizam coletas em áreas amplas e em diferentes condições climáticas. O diferencial desses equipamentos é a capacidade de operar de forma remota, reduzindo custos e aumentando a eficiência do monitoramento oceânico.

A operação com esses veículos robóticos representa um grande avanço, pois permite coletas mais abrangentes do que as boias tradicionais, que ficam restritas a locais fixos. Com essas inovações, a Marinha e a Petrobras garantem um acompanhamento contínuo da dinâmica oceânica, essencial para a segurança marítima e a preservação ambiental.

Impactos do projeto na segurança e na economia do mar

A implementação do Projeto REMO trará benefícios significativos tanto para a segurança quanto para a economia marítima brasileira. No âmbito da defesa, os dados coletados auxiliarão diretamente no planejamento e execução de operações navais, permitindo maior precisão em missões militares e de busca e salvamento. O conhecimento aprofundado das condições oceânicas contribuirá para a salvaguarda da vida humana no mar, reduzindo riscos para pescadores, navegadores e operadores da indústria offshore.

Do ponto de vista econômico, o monitoramento aprimorado proporcionado pelos veículos autônomos e boias inteligentes reduzirá custos operacionais. A coleta de dados com esses dispositivos custa cerca de 10% do valor que seria gasto em monitoramento realizado por embarcações tripuladas, representando uma economia expressiva para pesquisas e operações de vigilância.

Além disso, o projeto fortalece a resposta rápida a incidentes ambientais, como derramamentos de óleo, mitigando impactos ecológicos e reduzindo prejuízos financeiros para empresas e para o país. A parceria entre a Marinha do Brasil e a Petrobras demonstra um compromisso contínuo com a inovação, a preservação ambiental e a soberania marítima, consolidando o Brasil como uma potência na gestão de seus recursos oceânicos.

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Marcelo Barros, com informações e imagens da Agência Marinha
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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