Abin celebra 25 anos com foco em reforma do sistema de inteligência

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A comemoração dos 25 anos da Abin marca um momento de transformação e renovação. Criada para atuar como guardiã da inteligência nacional, a agência busca agora reposicionar seu papel no contexto de uma democracia robusta, enfrentando questões como extremismo, criminalidade organizada e desinformação. Essa nova etapa reflete a necessidade de modernizar o Sistema Brasileiro de Inteligência para os tempos atuais.

História e Evolução da Abin

A criação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) em 1999 foi um marco da redemocratização brasileira. Sua origem remonta à necessidade de substituir o extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), que carregava o estigma de repressão política e controle social durante a ditadura militar (1964-1985). A transição não foi simples: muitos agentes do antigo regime continuaram ativos nos primeiros anos da democracia, dificultando a mudança cultural e institucional necessária para uma inteligência compatível com o Estado de Direito.

Ao longo de 25 anos, a Abin consolidou-se como a principal referência em inteligência no Brasil, focando na proteção da soberania nacional e na antecipação de ameaças à segurança do Estado. Apesar disso, enfrentou desafios significativos, incluindo denúncias de politização e desvios de finalidade, especialmente em momentos de crise política. Hoje, a agência se esforça para reforçar sua autonomia e reafirmar seu compromisso com a democracia, propondo um modelo mais transparente e adaptado às novas demandas globais.

A Reforma do Sistema Brasileiro de Inteligência

A celebração do quarto de século da Abin coincide com a reestruturação abrangente do Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin). Essa reforma, iniciada após os ataques extremistas de 8 de janeiro de 2023, tem como meta modernizar e ampliar a eficiência do sistema. A Abin, como órgão central do Sisbin, teve seu papel redefinido e passou a operar sob a coordenação da Casa Civil.

Entre as mudanças mais significativas está a ampliação da participação no Sisbin, que antes contava com 48 órgãos do Executivo federal e agora busca integrar os 26 estados e o Distrito Federal, além de parceiros do setor privado e do Poder Judiciário. Novos mecanismos, como câmaras temáticas especializadas, foram criados para lidar com temas estratégicos, como segurança cibernética e inteligência financeira. Essa reformulação visa não apenas melhorar a capacidade de resposta às ameaças, mas também reforçar a coordenação entre os diferentes níveis de governo e sociedade.

Abin e os Desafios do Futuro

Com o avanço das ameaças transnacionais, a Abin redefine suas prioridades para atender às demandas de uma sociedade cada vez mais conectada e vulnerável a riscos globais. Entre os temas prioritários estão as mudanças climáticas, cuja imprevisibilidade impacta diretamente a segurança alimentar e energética; a segurança cibernética, em um contexto de crescente dependência de tecnologias digitais; e o combate ao extremismo, que ganhou novas formas e intensidade nos últimos anos.

Para enfrentar esses desafios, a Abin investe na capacitação de seus quadros e em novas tecnologias que garantam maior eficiência operacional. Além disso, a agência busca ampliar a transparência de suas atividades, promovendo o diálogo com a sociedade e a academia, em um esforço para desmistificar a inteligência e torná-la mais compreendida como ferramenta de proteção ao Estado Democrático de Direito.

A modernização do Sisbin, somada a essas novas frentes de atuação, coloca a Abin em posição de destaque para lidar com as complexidades do século XXI. Com isso, a agência reafirma sua missão de proteger as instituições e a soberania brasileira, enquanto se ajusta às demandas de um mundo em constante transformação.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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