O dia 5 de junho se reveste de especial significado para todos aqueles que ostentam a asa dourada no peito e no coração e que, de alguma maneira, contribuíram para a construção dessa linda estória da nossa querida Força Aeronaval.

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Tudo começou no início da década de 60, quando a Marinha do Brasil, após retomar suas operações aéreas orgânicas, não dispunha de um Comando Operativo que centralizasse as tarefas inerentes à Aviação Naval. Tal necessidade, impulsionada pela vontade dos aviadores navais da época, tornou-se ainda mais premente com a chegada, ao Brasil, do saudoso NAeL “Minas Gerais”. Tal situação levou o então Ministro da Marinha a emitir, em 05JUN1961, o Aviso Ministerial no 1.003, criando o Comando da Força Aérea Naval, tendo como sede a Nau Capitânia e o Comandante em Chefe da Esquadra como seu Comandante. Contava a Força, naquele momento em sua estrutura organizacional, com o 1o Grupo Aéreo Embarcado, o 1o Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, o 1o Esquadrão de Helicópteros Antissubmarino e o próprio NAeL “Minas Gerais”.

Em 1965, após ficar restrita a operar somente aeronaves de asas rotativas, sua denominação foi alterada para Comando da Força Aeronaval, por estar sediada a bordo de um navio, passando o seu Comando a ser exercido, efetivamente, por um Oficial-General do Corpo da Armada, subordinado ao Comando em Chefe da Esquadra. Finalmente, em 1971, a Força Aeronaval foi transferida para São Pedro da Aldeia, a nossa querida Macega, carinhosamente conhecida como morada da Aviação Naval, permanecendo até os dias de hoje.

Assim, iniciava-se o voo de duração eterna deste Comando de Força, em meio a obstáculos e desafios na difícil tarefa de reestruturar a Aviação Naval, que renascia após longos anos de proibição ao voo, por força de decretos e decisões políticas que dominaram o cenário de criação do então Ministério da Aeronáutica. Todas estas intempéries e avisos de mau tempo, no entanto, foram superados, com bravura e pioneirismo, pelos nossos “Velhas Águias”: Oficiais, Praças e Servidores Civis, homens e mulheres com espírito de sacrífico e amor à Marinha, que incutiram na Aviação Naval uma cultura organizacional perene, que traz em seus alicerces o profissionalismo, a inovação e a busca da excelência e da segurança em todas as atividades que lhes são afetas.

Neste diapasão, o Comando da Força Aeronaval prossegue em sua navegação e vem tendo, ao longo dos anos, uma ampliação no número de Organizações Militares subordinadas, a fim de prover a Esquadra com meios aéreos combativos e prontos para o cumprimento de missões em prol dos interesses da MB e do Brasil. Hoje, treze Organizações fazem parte do Complexo Aeronaval em São Pedro da Aldeia, sendo guarnecidas por cerca de 3.400 militares, que contribuem para que tenhamos uma Força altamente motivada, que trabalha diuturnamente na formação, qualificação e adestramento dos aeronavegantes, na manutenção das aeronaves, no guarnecimento do aeródromo, e no apoio aos nossos dependentes.

Ao realizarmos o check da navegação do voo dessa emblemática Força, verificamos que os seguintes pontos da derrota foram alcançados em 2022: a inédita realização de missões com Fuzileiros Navais utilizando Óculos de Visão Noturna (OVN), contribuindo para o aumento da furtividade das Operações Especiais; a conclusão da modernização dos AF-1B e AF-1C, que hoje representam o braço aéreo de alto valor combatente para a nossa Marinha; o encerramento, com êxito e segurança, de mais uma participação de nossos meios UH-17 na OPERANTAR, apoiando a realização de projetos científicos no continente gelado, em prol do desenvolvimento da Ciência e da Tecnologia nacionais; execução com pleno sucesso de inúmeras missões de busca e salvamento e apoio a missões humanitárias em diversas regiões do país; além da rotineira operação com helicópteros e aviões em missões sob quaisquer condições, a partir de terra ou de navios, em proveito de nossa Amazônia Azul, na proteção de nossas riquezas e na defesa de nossa gente.

Prosseguindo o voo, conforme planejado em briefing e autorizado pelo “Controle Aldeia”, encontram-se em nossa carta de navegação os seguintes pontos a serem visualizados no horizonte desta Força: a conclusão da obra de construção do estande de tiro, provendo maior capacitação no uso de armamento para o nosso pessoal; a conclusão da modernização dos Linces AH-11A; o recebimento de mais duas aeronaves AH-15B, na versão mais complexa e operacional do modelo H225M, que possui sensores de última geração e capacidade para lançar mísseis Exocet e sistema “Chaff & Flare”; a construção dos novos hangares para o EsqdHU-2; o planejamento da obra de ampliação da Policlínica Naval de São Pedro da Aldeia, concretizando um antigo anseio da Família Naval na região; e a ativação, em julho próximo, do 1o Esquadrão de Aeronaves Remotamente Pilotadas, que operará meios aéreos não tripulados de asa fixa em missões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento, a partir de terra e de navios, inaugurando uma nova fase de nossa Aviação Naval.

Por tudo isso, ao completarmos 61 anos de existência, não poderia me furtar de agradecer aos ex-Comandantes desta Força pelo legado de profissionalismo e perseverança deixados ao longo de nossa história. Seus exemplos são verdadeiras referências, que nos impulsionam na busca por um futuro promissor, destinado a manter a Força Aeronaval sempre pronta para atender os interesses da Marinha e do Brasil.

Aos Marinheiros-Aviadores, que ostentam a “asa” no peito e no coração, ratifico que o sólido caminho que pavimentaram, com grande sacrifício desde a nossa criação, continua e continuará sendo ampliado e cuidado com amor, dedicação e empenho. Senhores “Velhas Águias”, Pioneiros de outrora, ao avistarem hoje toda a ampla estrutura técnico operativa que dispomos e recordarem as dificuldades enfrentadas ao longo do tempo, afirmem com orgulho: Nós vencemos! Esse sentimento pertence aos senhores por merecimento e jamais lhes será tirado!

Por fim, aos meus comandados, constato que com o apoio incondicional de cada um dos senhores e senhoras deste insigne Estado-Maior e de todas as OM subordinadas, o Comando da Força Aeronaval encontra-se no rumo certo, com céu CAVOK e pronto para prosseguir sua navegação, mantendo-se no mais alto nível de prontidão, capacitação e combatividade, para conduzir operações aéreas, no mar ou em terra, em prol dos interesses da Marinha e do Brasil. Aos marinheiros, fuzileiros e servidores civis, que hoje se encontram aqui presentes, agradeço por todo o empenho e trabalho realizados em prol de nossa OM e exorto-os a se dedicarem ao serviço da pátria e perseverarem contra os desafios e obstáculos que surgirão ao longo da nossa caminhada. Sejam tenazes e resilientes! A Marinha, o Brasil e suas próprias consciências hão de reconhecer o valor de suas dedicações e de cada missão bem cumprida em prol do nosso País. A todo pano, tudo pela Pátria.

No Ar, os Homens do Mar!
Viva a Marinha!

AUGUSTO JOSÉ DA SILVA FONSECA JUNIOR

Contra-Almirante

Comandante

Marcelo Barros, com informações da Marinha do Brasil
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).