RRS Discovery, navio da realeza britânica. Foto: Luiz Henrique/Arquivo Pessoal

Por Nilson Regalado

Pesquisadores do Instituto Oceanográfico da USP acabam de descobrir que bactérias foram responsáveis por um processo de biomineralização que formou reservas submarinas de cobalto, níquel, molibdênio, nióbio, platina, titânio e telúrio. As jazidas estão em uma área conhecida como Elevação do Rio Grande. Como antecipou esta coluna em 2014, a região está em águas internacionais, mas o Brasil obteve autorização da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ligada à ONU) para estudar seu potencial por 15 anos. E a humanidade deve observar nas próximas décadas um rali por minérios, especialmente aqueles usados em baterias recarregáveis e células para geração de energia de alta eficiência, substitutas dos combustíveis fósseis causadores do aquecimento global. Esse é o caso do cobalto e do telúrio encontrados na Elevação Rio Grande.

O sítio estudado pela USP é um monte submarino localizado a 1,5 mil quilômetros da costa brasileira. A área tem três vezes o tamanho do Estado do Rio de Janeiro e as jazidas estão a profundidades que vão de 800 a 3 mil metros. Formada durante a separação do supercontinente Gondwana (que deu origem à África e à América do Sul), a Elevação Rio Grande era uma ilha que afundou há 40 milhões de anos devido ao peso da lava de um vulcão e à movimentação de placas tectônicas.

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Diante da riqueza existente na área, em 2018 o Brasil solicitou à ONU a ampliação da sua plataforma continental, de forma a incluir a Elevação Rio Grande na zona marinha exclusiva do País. O estudo da USP acaba de ser publicado na revista Microbial Ecology e foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de SP. As expedições foram a bordo do RRS Discovery, navio da realeza britânica. A viabilidade ou não da exploração futura desses minérios dependerá de aprofundamento na pesquisa.

Só outras quatro áreas no Planeta apresentam potencial semelhante. São elas a Fratura de Clipperton e o monte submarino Takuyo-Daigo, ambos no Pacífico Norte, além do monte submarino Tropic, no Atlântico Norte.

Fonte: Diário do Litoral 

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).