Imagem: MV.com.br

Por Gustavo Leite, country manager da Veritas no Brasil

A crise do COVID-19 mudou para sempre a maneira como a sociedade aborda os serviços humanos mais valiosos, incluindo a assistência médica. A telemedicina está sendo amplamente adotada em todo o mundo, suplantando desafios de regulamentação – que foram adaptados para o momento que estamos vivendo – e de implementação tecnológica para viabilizar consultas virtuais.

Para se ter uma ideia, só no mês de abril, mais de dois milhões de pessoas se consultaram pelo aplicativo do Ministério da Saúde e, destas, apenas 23,8% precisou de fato buscar um atendimento presencial – reduzindo o fluxo de pessoas nas ruas e tornando todo o sistema mais efetivo. Além disso, na Teladoc, empresa global de soluções de saúde virtuais, o número de consultas online no primeiro trimestre de 2020 cresceu mais de 90% frente ao mesmo período do ano passado.

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Esses números deixam claro que vencemos as barreiras culturais e temos uma oportunidade única de modernizar o sistema de saúde mundialmente e também no Brasil. No entanto, com a crescente presença de médicos e pacientes no ambiente online, surgem novos desafios, como a segurança das informações, a garantia de que os protocolos estão sendo seguidos, além do faturamento e reembolso de consultas. E a tecnologia é a saída para todos eles.

Na corrida para instalar soluções de telemedicina em massa, as empresas priorizaram o acesso dos pacientes ao atendimento, sem ativar controles de qualidade, segurança e consistência em uma força de trabalho distribuída e que não estava acostumada com esse modelo. Muitas adotaram plataformas específicas para consultas virtuais, mas a maioria das instituições optou por soluções de teleconferência disponíveis comercialmente, como Zoom e Teams. Esse cenário favoreceu os ataques de ransomware a funcionários de hospitais e aos novos pontos de entrada nos sistemas de saúde, que aumentou 350% no primeiro trimestre.

Tecnologias de armazenamento e gestão de dados são fundamentais para a segurança das informações dos pacientes – extremamente críticas – garantindo o compliance com a Lei de Responsabilidade e Portabilidade de Seguro Saúde (HIPAA). Além disso, existem soluções que oferecem supervisão e controle de qualidade em relação aos protocolos médicos, monitorando as interações entre eles e os pacientes durante uma consulta virtual para garantir que as recomendações do setor estão sendo cumpridas.

Essas soluções transcrevem todos os vídeos e áudios capturados usando tecnologia de “voz para texto”, indexando e classificando os dados de arquivo para recuperação rápida. Isso ajuda a reduzir o tempo gasto pelos profissionais na documentação das consultas – o que vem consumindo cerca de 50% do seu tempo. Desta foram, os médicos podem priorizar a saúde dos cidadãos frente à burocracia sem correr o risco de não registrar informações importantes.

Todo esse cenário traz um novo e enorme desafio: reunir e integrar informações dispersas oriundas de videoconferências, e-mails e redes sociais ao invés do portal regular de pacientes. Para isso, a tecnologia se torna ainda mais fundamental e classificação é a palavra-chave. Ao classificar os dados, os tomadores de decisão podem identificar informações valiosas – de registros eletrônicos dos pacientes a critérios de diagnósticos e tratamentos bem-sucedidos – em questão de segundos. E, por meio da inteligência de dados, conseguem ter uma visão mais organizada, abrangente e holística das informações, fornecendo resultados melhores para provedores, médicos, cuidadores, pacientes e pesquisadores.

Isso sem falar na classificação da enorme quantidade de informações relativas à COVID-19 que as instituições e profissionais do setor estão gerando por meio de consultas virtuais – ou presenciais – que, juntas podem agilizar a compreensão efetiva do vírus e, consequentemente, a definição do melhor protocolo de atendimento. Tudo isso pode ser feito de forma simples e rápida por meio de ferramentas de classificação de dados. Esse tesouro, identificado com tags relevantes, oferece aos provedores amplas oportunidades para tomar decisões melhores em relação aos pacientes e à eficácia clínica dos tratamentos, além de fornecer um rico banco de informações para pesquisas das autoridades de saúde federais, estaduais e municipais. É a tecnologia, mais uma vez, ajudando a salvar vidas.

Agora, é hora de analisar as melhores práticas desenvolvidas ao longo dos últimos meses e estruturar modelos capazes de tornar a telemedicina compatível, sustentável e escalonável para as necessidades futuras, garantindo a satisfação dos pacientes, o cumprimento de protocolos, além do faturamento e reembolso correto das consultas virtuais. Tudo isso com segurança e simplicidade.