Luciano Macaferri, Diretor-Geral da Thales no Brasil, e Manoel Coelho, CEO da Speedbird Aero, firmaram acordo nesta quarta-feira (10/5), durante a DroneShow, feira que está sendo realizada em São Paulo. Foto Divulgação

A Thales, líder global em alta tecnologia, e a Speedbird Aero, plataforma de logística de drones, unirão forças em uma parceria inédita no Brasil para criar sistemas de gerenciamento de tráfego de drones que serão usados para aplicativos de delivery no país. O acordo foi assinado nesta quarta-feira, 10 de maio, na DroneShow, feira que está sendo realizada em São Paulo (SP).

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

O trabalho conjunto envolverá equipes de engenharia da Thales no Brasil, Estados Unidos e França para desenvolver operações Beyond Visual Line-of-Sight (BVLOS), quando o piloto remoto não tem alcance visual do dispositivo. Nos próximos três anos, as duas empresas continuarão focadas em estudos de viabilidade econômica de tecnologias, infraestruturas e modelos de negócios para projetos-piloto no Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e possivelmente em outras localidades durante o curso dos projetos.

A Thales apostou nas oportunidades de negócios do mercado de aeronaves não tripuladas e investiu no desenvolvimento e integração de sistemas que possibilitam o controle do espaço aéreo para plataformas de Gerenciamento de Tráfego Aéreo (ATM, na sigla em inglês) e Gerenciamento do Tráfego Não Tripulado (UTM, na sigla em inglês). “Já temos projetos na América Latina, Estados Unidos, Europa e Oceania e agora contamos com o apoio da Speedbird para reforçar nossos planos para o Brasil,” diz Luciano Macaferri, diretor geral da Thales Brasil.

A Speedbird Aero foi a primeira empresa do país autorizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a realizar entregas comerciais com drones e já possui contratos com iFood, Grupo Pardini, Natura, Claro, entre outros clientes nacionais. Fora do Brasil, a empresa já opera em Israel e nos Estados Unidos e, recentemente, foi a primeira empresa autorizada a voar de um aeroporto internacional ativo em Eilat, Israel, e a fazer as primeiras entregas de material biológico BVLOS de 25km entre hospitais do norte daquele país.

De acordo com o CEO Manoel Coelho, “a parceria estratégica com a Thales trará a tecnologia e a expertise necessárias no espaço ATM/UTM para apoiar e expandir as operações comerciais diárias da Speedbird BVLOS no Brasil e em outros países. Será um grande passo na construção de operações de entrega de drones comerciais seguras, escaláveis e sustentáveis.”

Oportunidades no mercado de drones no Brasil

Na avaliação da Thales, o país deve continuar trabalhando para estabelecer um ecossistema seguro, com tecnologia de alto desempenho para uma gestão integrada de tráfego que permita o monitoramento, detecção e classificação de aeronaves não tripuladas, com resposta rápida a casos de ameaça e sem riscos para a aviação civil. Esse cenário gera inúmeras oportunidades para empresas com expertise no segmento aeroespacial, principalmente para aquelas com tecnologia local, vantagem competitiva que deve ser o grande diferencial nesse mercado.

A Thales está presente no Brasil há mais de 50 anos e hoje conta com três unidades fabris em São Bernardo do Campo (SP), Barueri (SP) e Pinhais (PR). Entre 2015 e 2022, foram investidos mais de 15 milhões de euros em crescimento, transferência de tecnologia e inovação. Dois dos principais resultados desse investimento foram a criação do Centro de Serviços Aviônicos, com capacidade para atender todas as companhias aéreas da América Latina, e o apoio que está sendo oferecido no desenvolvimento da aeronave elétrica de decolagem e pouso vertical (eVTOL) pela Eve, empresa da Embraer, no Brasil. Agora, uma das prioridades de negócios da empresa no Brasil é o mercado de drones.

O Brasil deve ser o principal mercado de drones da América Latina e algumas pesquisas, como a realizada pela Drone Industry Insights, estimam que até 2026 esse negócio pode gerar cerca de US$ 373 milhões anuais. Para a Thales, que já tem know-how nesse nicho de mercado – hoje duas em cada três aeronaves decolam e pousam usando a tecnologia da Thales – essa projeção reforça o potencial de parcerias como a que está sendo firmada com a Speedbird Aero.