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A Força Aérea Brasileira manteve, em 2024, seu papel estratégico no sistema de busca e salvamento (SAR), com quase 3 mil incidentes registrados. O levantamento anual do DECEA mostra uma atuação robusta, mas também lança alerta: a maioria dos acionamentos foi causada por falsos alertas de balizas, um desafio ainda presente na rotina dos centros de coordenação SAR.
Funcionamento do sistema SAR e atuação da FAB nas missões reais
O sistema SAR (Search and Rescue) operado no Brasil está sob a coordenação do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) e é parte integrante de uma rede internacional de busca e salvamento. Em 2024, foram contabilizados 2.907 casos que exigiram análise e, em alguns casos, mobilização da estrutura operacional. Desses, 30 evoluíram para missões reais, com o resgate de 21 vítimas com vida, totalizando 234 horas de voo empregadas em ações que vão desde acidentes aeronáuticos até evacuações aeromédicas.
A FAB atua por meio dos Centros de Coordenação de Salvamento Aeronáutico (SALVAERO), que recebem os sinais via satélite do sistema internacional Cospas-Sarsat. Esses sinais, originados por balizas de emergência (ELT para aeronaves e EPIRB para embarcações), são transmitidos ao Centro Brasileiro de Controle de Missão (BRMCC), responsável por processar e repassar os dados às unidades responsáveis pela execução das buscas. A estrutura abrange aeronaves, helicópteros e pessoal treinado para atuação rápida e precisa.
A importância da conscientização sobre o uso correto das balizas de emergência
Embora o número de missões reais tenha sido relativamente baixo diante do volume de alertas recebidos, o sistema enfrenta um desafio cultural e operacional crescente: os falsos acionamentos. Em 2024, o Brasil registrou 1.236 sinais de alerta, dos quais apenas 19 foram reais. O restante — mais de 900 — foi resultado de mau uso, falhas técnicas ou ativações indevidas das balizas de emergência. Esse cenário consome recursos, desloca meios aéreos e sobrecarrega a cadeia de resposta do sistema SAR.
Segundo o Major Aviador Bruno Vieira Passos, chefe da Divisão de Busca e Salvamento do DECEA, há avanços importantes na capacidade de detecção e resposta. No entanto, ele ressalta a necessidade de educação técnica e maior responsabilidade por parte de operadores de aeronaves e embarcações. A correta manutenção, desligamento e uso dos dispositivos de emergência são cruciais para evitar ruídos no sistema e garantir que os esforços se concentrem em situações verdadeiramente críticas.
O papel estratégico do Brasil no sistema internacional Cospas-Sarsat
O Brasil ocupa uma posição relevante no Cospas-Sarsat, programa internacional de satélites voltado ao suporte de operações de busca e salvamento em todo o mundo. A atuação brasileira não apenas garante a cobertura de seu imenso espaço aéreo e marítimo, como também contribui para a segurança de aeronaves e embarcações de outros países que transitam na região. O BRMCC, sediado no Brasil, é reconhecido pela sua capacidade técnica e pela prontidão de seus operadores.
Esse protagonismo, no entanto, exige investimento contínuo em treinamento, equipamentos e cooperação internacional. O Anuário SAR 2024 reforça a relevância de se manter uma estrutura capaz de operar com agilidade, integrando sensores, centros de coordenação e meios de resgate. Em um país com dimensões continentais e zonas remotas de difícil acesso, o sistema SAR da FAB é um ativo vital para a proteção da vida e para o fortalecimento da soberania nacional.
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