MiG-35 Global Look Press

O governo russo anunciou a fusão de suas duas maiores e mais conhecidas empresas de aviação, a Sukhoi e a MiG, em uma grande holding chamada “Divisão de Aviação de Batalha”, parte da United Aircraft Corporation (UAC). Os rumores sobre a possível fusão já rondavam a imprensa russa há meses.

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A competição comercial entre as duas empresas durou décadas e resultou na demissão do diretor-geral da Sukhoi, Ígor Ozar. Seu homólogo da MiG, Iliá Tarássenko, ficou com o cargo na nova holding.

“A Sukhoi foi comercialmente mais eficaz que a MiG. Mas, surpreendentemente, foi o diretor da Sukhoi quem acabou demitido. Este é o resultado da rivalidade interna da elite russa”, afirma o editor-chefe da revista militar “Nezavíssimoie Voénnoe Obozrénie” (em português, “Observatório Militar Independente”), Dmítri Litôvkin.

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Su-57.
MOD Russia/Global Look Press

Durante a presidência de Ozar, a Sukhoi assinou grandes contratos de exportação de bombardeiros Su-34 e caças Su-35 de múltiplas funções, concluiu o desenvolvimento do caça de quinta geração Su-57 e preparou-se para sua produção em série. Além disso, entre 2011 e 2017, quando Ozar foi diretor da empresa, a Sukhoi se tornou a mais lucrativa fábrica de aviões da Rússia.

Em 2018, as receitas da Sukhoi ultrapassaram o US$ 1,5 bilhão, gerando um lucro líquido de US$ 550 milhões. Para efeitos de comparação, as receitas da MiG, no mesmo ano, foram de US$ 1,2 bilhão, com lucro líquido de cerca de US$ 500 milhões.

“A consolidação das principais capacidades de pesquisa e produção da indústria aeronáutica militar permitirá implementar os programas existentes e desenvolver projetos promissores de uma forma mais eficaz”, declarou o porta-voz da UAC.

“A Rússia moderna simplesmente não precisa de tantos aviões de combate como na época soviética. Assim, uma das principais razões para a fusão é a necessidade de diminuir os gastos do país com a aviação militar e tornar os projetos existentes mais comercialmente atraentes para os clientes estrangeiros”, diz Litôvkin.

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Su-35S.
Global Look Press

Segundo analistas militares russos, a fusão não terá um impacto significativo sobre a indústria de aviação militar russa.

“A nova empresa continuará a trabalhar nos projetos existentes, entre eles o drone ‘Hunter’, caças Su-57 e MiG-35, o bombardeiro estratégico PAK DA, e desenvolverá um novo interceptor para substituir o MiG-31″, diz o editor-chefe da revista militar russa “Arsenal Otétchestva”, Víktor Murakhôvski.

“O principal objetivo é aumentar os lucros e oferecer aos clientes estrangeiros contratos mais atraentes. A nova empresa intensificará o trabalho no sudeste asiático e nos mercados de aviação da América Latina”, diz.

Segundo ele, o público poderá avaliar os primeiros resultados da holding em julho de 2021, durante a exposição militar MAKS-2021. “A empresa já prometeu apresentar o primeiro avião elétrico russo nesse show aéreo”, completou.

Fonte: Russia Beyond

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).