O Programa de Pós-Graduação em Acústica Submarina (PPGAS) é um Programa stricto sensu composto de mestrado acadêmico. Foi aprovado pela CAPES em 2019 e autorizado pelo Ministério da Educação (MEC) em maio de 2020. O edital do curso e o processo seletivo decorrente devem ocorrer no final de 2020, com o início das aulas, para a primeira turma, previsto para março de 2021.

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O mestrado acadêmico em acústica submarina inicia-se com uma revisão de técnicas matemáticas e tópicos fundamentais de Física, necessários para nivelar conhecimentos e relembrar conceitos importantes associados a propagação de ondas mecânicas. Disciplinas mais avançados explorarão modelos de propagação de som no oceano, transdutores eletroacústicos, sistemas sonares, técnicas de processamento de sinais e comunicação submarina.

Em comparação à sinais eletromagnéticos, ondas de som são consideradas únicas em sua habilidade de se propagarem por longas distâncias abaixo d’água. Conhecer as características de propagação de ondas mecânicas no mar e utilizar este conhecimento no desenvolvimento e aprimoramento de técnicas de aquisição de dados, processamento de sinais, comunicações e localização representa uma necessidade inerente a quem executa atividades “off-shore”.

O litoral do Brasil tem 7.491 km de extensão e nossa zona econômica exclusiva possui área de 3,6 milhões de km2, os quais, somados aos cerca de 900 mil km2 que o Brasil reivindica junto à ONU, perfazem um total de 4,5 milhões de km2. Trata-se de uma extensa área oceânica que corresponde a, aproximadamente, 52% de nossa área terrestre. Esta área tem importância estratégica, riquezas contidas, incalculáveis bens naturais aos quais necessitamos conhecer, a fundo, e garantir sua proteção. Devido à enorme biodiversidade, vulnerabilidade e área comparável com nossa amazônia verde, esta região passou a ser denominada “amazônia azul”.

Conhecer as características acústicas desta vasta região, ser capaz de monitorar o tráfego marítimo, de conhecer, acompanhar e monitorar as diversas espécies que ocupam esta área e de explorar responsavelmente e sustentavelmente seus diversos recursos naturais são necessidades que nossa nação possui.

O mestrado em acústica submarina, com estes macro objetivos em mente, tem como meta a formação de pessoas hábeis a enfrentar os desafios inerentes ao nosso mar territorial e a nossa vasta “amazônia azul”. Sensores e sistemas de monitoramento acústico, comunicações acústicas submarinas, integração de sistemas em terra com veículos submarinos e de superfície tripulados ou não, são exemplos de tecnologias e projetos aos quais os alunos terão contato. Técnicas de processamento de sinais acústicos e modelos de propagação também comporão o conhecimento ao qual os alunos serão expostos.

Em última instância o PPGAS presa pela formação de pessoas que tenham a capacidade de exercer o pensamento crítico nos diversos problemas associados à acústica submarina.

O PPGAS possui três linhas de pesquisa:

1- Comunicação e redes de sensores submarinos: Desenvolvimento de técnicas de comunicação acústica, ótica e eletromagnética e de projetores e hidrofones capazes de operarem de forma confiável. Aplicação em redes de comunicação para sensores oceanográficos e para veículos submarinos, sistemas de auxílio à navegação submarina e monitoramento/vigilância de área.

2- Monitoramento ambiental submarino: Desenvolvimento de sistemas de monitoramento e análise da paisagem acústica visando identificação do ruído antropogênico, ambiental e biológico. Acompanhamento e estabelecimento de índices de densidade populacional das espécies em determinada área.

3-Propagação de energia no oceano: Estudo da geração, propagação e detecção de ondas mecânicas e eletromagnéticas no oceano visando o desenvolvimento e aprimoramento de técnicas de aquisição de dados, mapeamento, processamento de sinais, localização e classificação de alvos no meio submarino.

Perfil do Profissional a ser formado: Graduados em Ciências Exatas e da Terra, Ciências Biológicas e Engenharias, que busquem especialização em acústica submarina com aplicações nas indústrias de equipamentos, dispositivos e sensores submarinos para as atividades de oceanografia, acústica submarina, geofísica, geologia submarina, biotecnologia, biologia marinha, defesa e de óleo e gás.

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).