Imagem: Fonte: kjpargeter/Freepik/Reprodução.

Por Luciana Penante via nexperts

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Uma arma eletromagnética está em pré-venda nos Estados Unidos: a GR-1 “Anvil” (GR-1 bigorna), produzida pela Arcflash Labs (uma empresa de Los Angeles especializada em dispositivos industriais de energia pulsada), é uma novidade que pode revolucionar a indústria de armamentos.

Com 10% de desconto, ela está disponível pela bagatela de US$ 3.375 dólares (aproximadamente R$ 17.723 reais) e a entrega para o comprador está prevista para daqui a seis meses.

Se o anúncio se confirmar, esta será a primeira arma eletromagnética a sair do estágio da pesquisa científica e chegar ao consumidor.

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A GR-1 Anvil, desenvolvida pela empresa americana Arcflash Labs (crédito: Arcflash Labs/reprodução)

O Arcflash Labs GR-1 “Anvil” é um rifle eletromagnético de alta tensão semiautomático de oito estágios. Segundo o fabricante, é o Canhão de Gauss (também conhecido como coilgun) mais poderoso já vendido ao público e provavelmente a mais poderosa arma do tipo já construída. Também é mais pesado: possui um total de 9 quilos.

Com potência regulável, o site do fabricante afirma que a arma é capaz de disparar até 20 tiros por minuto (na potência máxima) ou até 100 tiros por minuto a 50% de potência. A arma aceita três diferentes comprimentos de projétil padrão (32 mm, 42 mm e 52 mm) e possui um sistema exclusivo de carregador variável.

Conheça o novo canhão de mão eletromagnético:

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O que é uma arma eletromagnética?

Um rifle eletromagnético possui tecnologia para impulsionar um projétil de aço usando bobinas eletromagnéticas. Embora diversas pessoas venham construindo armas que impulsionam balas com força magnética há mais de um século — desde pequenos projetos de estudantes até gigantescos canhões experimentais da Marinha dos Estados Unidos —,  mas ninguém havia produzido nada além do estágio da pesquisa.

A espingarda de bobina criada pela Arcflash Labs possui oito conjuntos de bobinas eletromagnéticas no cano, que atraem o projétil de aço para baixo da linha central e o aceleram em alta velocidade. Os fabricantes dizem que ele tem uma energia de cano — a energia de uma bala quando é projetada para fora da arma — de cerca de 85 joules, o que é comparável a rifles de ar de alta tecnologia usados para caça.

Segundo o cofundador da Arcflash, David Wirth, o que tornou o GR-1 possível foram os interruptores semicondutores comerciais de baixo custo e o inversor patenteado da empresa, que transfere energia de uma bateria para capacitores que podem descarregar rapidamente o suficiente para disparar um projétil. A taxa de fogo é limitada pela rapidez com que os capacitores podem ser carregados.

A energia da boca ainda é comparativamente baixa, devido às limitações do capacitor. “A única coisa que impede os rifles Gauss de seu potencial é o armazenamento de energia do capacitor”, explicou Wirth à revista britânica New Scientist. Mas ele diz acreditar que em breve seus rifles irão rivalizar com as armas de fogo tradicionais.

Embora a Arcflash tenha recebido financiamento de desenvolvimento inicial do Exército dos Estados Unidos, Wirth afirma não poder discutir o trabalho militar atual da empresa. Ele vê o sigilo e a logística como as principais vantagens do GR-1: a munição é muito mais simples, exigindo apenas um projétil sem qualquer propelente ou cartucho; e uma bateria de polímero de lítio padrão pode alimentar mil tiros — e pode ser recarregada em campo, com energia solar ou outras fontes.

Uso do rifle eletromagnético no futuro

Segundo seu desenvolvedor, ser capaz de variar a velocidade do cano pode tornar a tecnologia útil para munições não letais, como balas de borracha. “Os efeitos escalonáveis de um rifle Gauss permitiriam que a polícia disparasse balas de borracha a uma velocidade proporcional à distância do alvo, então seria menos provável ferir alguém que estiver perto e mais provável alcançar o alvo pretendido se está muito longe”, disse Wirth.

O fabricante também vê potencial no uso de rifles eletromagnéticos para disparar dardos tranquilizantes com mais segurança em distâncias maiores do que atualmente.

Robert Bunker, analista da empresa de consultoria de segurança C / O Futures, diz que a tecnologia tem vantagens sigilosas significativas. “Se os níveis de energia cinética aumentassem, o rifle de Gauss seria ideal para uso com franco-atirador”, afirmou Bunker à New Scientist. Segundo ele, as balas cônicas tradicionais podem ser potencialmente substituídas por projéteis do tipo, com maior penetração da armadura corporal e capacidade de ferimento.

Segundo Bunker, há muito se espera que tais dispositivos substituam as armas tradicionais de pólvora. “A questão, porém, é quando”, finalizou.

No Brasil, os últimos anos foram marcados pela flexibilização do acesso às armas de fogo. O ano de 2020 teve um recorde de 180 mil novas armas registradas na na Polícia Federal.

Desde o dia 9 deste mês, os brasileiros estão autorizados a comprarem até quatro armas de fogo, desde que atendam a uma série de requisitos, entre eles ter mais de 25 anos de idade e não responder a inquérito policial ou a processo criminal.

Fonte: Tecmundo