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Na solenidade dos 80 anos da vitória da FEB, a voz da memória foi Romany Cansanção Mota. Procurador aposentado e presidente da Associação dos Ex-Combatentes e dos Amigos do Museu da Segunda Guerra (AECAMSEG), ele emocionou o público ao relembrar a trajetória da enfermeira Elza Cansanção de Medeiros, alagoana de coração, que se voluntariou para servir na Segunda Guerra Mundial e se tornou símbolo da bravura feminina brasileira no front.
Elza Cansanção: a enfermeira de Maceió que fez história na guerra

Pioneira e corajosa, Elza Cansanção de Medeiros foi a primeira mulher a se voluntariar para atuar na Segunda Guerra Mundial. Embora nascida no Rio de Janeiro, Elza foi criada em Maceió, onde desenvolveu vínculos afetivos profundos com o povo alagoano. Enviada ao front como enfermeira, ela integrou o Corpo de Saúde das Forças Armadas Brasileiras, servindo com dignidade em meio ao caos do conflito global.
Após o término da guerra, como muitos ex-combatentes, Elza recebeu pensão, mas enfrentou restrições quanto à reintegração à ativa. Somente em 1976, três décadas após o conflito, voltou oficialmente a usar a farda — atuando então na biblioteca do Exército no Rio de Janeiro. Na ocasião, ela tomou conhecimento de que o 59º Batalhão de Infantaria Motorizado, sediado em Maceió, era comandado por um ex-aluno do NPOR, e decidiu retornar à cidade que a acolheu.
Essa visita resultou em um encontro simbólico com jovens militares e futuros líderes, entre eles Romany Cansanção, José Bispo e Robervaldo Davino, que, a partir dali, passaram a se tornar, como ela dizia, “divulgadores da FEB e da Segunda Guerra Mundial”.
O legado do NPOR de 1976 e a fundação do Museu da Segunda Guerra
O discurso de Romany também resgatou um episódio marcante da história da memória militar em Alagoas: a fundação do primeiro Museu Militar da Segunda Guerra Mundial, instalado na antiga CSM, no Forte São João, em Maceió. O projeto surgiu a partir do contato com Elza Cansanção, e foi concretizado em 1996, exatos 20 anos após o reencontro com a turma do NPOR de 1976.
Romany destacou que foi a própria Elza quem estimulou os jovens do batalhão a se tornarem guardiões da memória nacional, despertando neles a consciência histórica e a importância da valorização dos ex-combatentes brasileiros. A formação recebida no NPOR foi decisiva para consolidar essa missão cívica, unindo o passado heroico ao presente institucional.
Essa geração, hoje com décadas de serviços prestados, mantém vivo o vínculo com o legado da FEB e da Segunda Guerra por meio de ações permanentes de educação, homenagens e mobilização social.
AECAMSEG e a continuidade da memória dos ex-combatentes no século XXI
A Associação dos Ex-Combatentes e dos Amigos do Museu da Segunda Guerra (AECAMSEG), presidida atualmente por Romany Cansanção, foi transformada a partir de uma missão recebida de Abel do Amor Divino, último ex-combatente a presidir a entidade. Três meses antes de seu falecimento, em 2016, ele convocou os antigos alunos do NPOR de 1976 a assumirem a responsabilidade de dar continuidade à associação, expandindo seu alcance à sociedade civil e à juventude.
Desde então, a AECAMSEG tem atuado em parceria com o 59º BI Mtz, promovendo eventos cívicos, sessões solenes, exposições e projetos educativos. A entrega do diploma de reconhecimento público ao vereador Eduardo Canuto, durante a sessão do dia 8 de maio de 2025, simboliza esse compromisso interinstitucional entre a sociedade e as Forças Armadas.
Em 2026, a associação celebrará 50 anos de vínculo institucional com o Exército Brasileiro, reafirmando sua missão de honrar os feitos dos heróis brasileiros, preservar a memória da Segunda Guerra Mundial e inspirar as novas gerações com valores de patriotismo, sacrifício e cidadania.
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