A trajetória das mulheres nas Forças Armadas do Brasil atravessou um marco significativo recentemente. A partir de 1981, com a criação do Corpo Auxiliar Feminino da Reserva, a presença feminina nas fileiras da Marinha foi inicialmente limitada a funções administrativas e técnicas. Contudo, um avanço significativo se desenhou com a permissão para que mulheres se alistem em todos os corpos e quadros da Marinha do Brasil, posicionando-as, pela primeira vez, na linha de frente da guerra naval. Este progresso não apenas realça a capacidade e competência das militares brasileiras mas também desafia os paradigmas tradicionais de gênero nas operações militares.

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

Formação e integração nas esferas operacionais

foto1 mulher 0

Nos últimos anos, a Marinha do Brasil tem testemunhado momentos históricos com a inclusão de mulheres em áreas antes restritas. A aceitação das primeiras alunas no Colégio Naval, a formação das primeiras Marinheiras de carreira, e a graduação das primeiras Oficiais dos Corpos da Armada e de Fuzileiros Navais ilustram a crescente abertura da instituição para a diversidade de gênero em suas fileiras. Com a formação das primeiras mulheres Soldados Fuzileiros Navais programada para este ano, a Marinha concretiza seu compromisso com a igualdade, permitindo que as mulheres participem plenamente em todas as esferas de atuação.

Desafios e conquistas

foto3 mulher
A Segundo-Tenente Débora Corrêa, durante viagem de instrução a bordo do Navio-Escola “Brasil”, em outubro de 2023, na Inglaterra – Imagem: Arquivo pessoal

Apesar dos avanços, o caminho para uma plena integração de gênero nas Forças Armadas é complexo e desafiador. A Segundo-Tenente Débora Corrêa, uma das primeiras Oficiais do Corpo da Armada, e Kelly Victória Gomes de Oliveira, uma das primeiras Marinheiras de carreira, representam o espírito pioneiro e a resiliência das mulheres na Marinha. Suas experiências reforçam a importância da disciplina, lealdade, e cooperação, bem como a capacidade feminina para liderar e executar tarefas em igualdade de condições com os homens.

Mulheres na linha de frente: um impacto global

foto6 mulher
A Capitão-Tenente Débora Sabino em missão no Haiti – Imagem: Capitão de Corveta (T) Miranda

O aumento da participação feminina nas Forças Armadas não é um fenômeno exclusivo do Brasil. A nível global, países estão reconhecendo a importância da inclusão de gênero para a eficiência e eficácia operacional das suas forças militares. Planos Nacionais de Ação, como recomendado pela Resolução 1325 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, enfatizam a necessidade de incorporar mulheres nas decisões de defesa e operações de paz. Este movimento global reflete um reconhecimento crescente de que a igualdade de gênero nas Forças Armadas contribui para uma abordagem mais abrangente e eficaz na resolução de conflitos e na manutenção da paz.