Missões conjuntas entre Brasil e Paraguai miram crime organizado

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Sob a sombra dos desafios impostos pelo crime organizado, Brasil e Paraguai uniram forças em missões conjuntas ao longo da fronteira. As Operações Ágata Oeste e Basalto avançam com precisão militar, buscando sufocar atividades ilícitas, desde o tráfico de drogas até crimes ambientais, em uma das regiões mais estratégicas da América do Sul. Com ações simultâneas, as forças dos dois países querem mandar uma mensagem clara: a cooperação é a chave para vencer essa batalha.
O Poder da Cooperação Internacional na Segurança de Fronteira
A integração entre Brasil e Paraguai na luta contra o crime transfronteiriço representa um marco significativo na segurança da região. Operações conjuntas como Ágata Oeste, conduzida pelo Brasil, e Basalto, organizada pelo Paraguai, demonstram o poder de uma atuação coordenada na repressão ao crime organizado. As missões espelhadas, que acontecem simultaneamente em ambos os países, são baseadas em um planejamento minucioso, fruto de um intenso trabalho de inteligência militar.
A fronteira compartilhada entre os dois países sempre foi um terreno fértil para o tráfico de drogas, contrabando de mercadorias e outros crimes. No entanto, o compartilhamento de informações estratégicas e a troca de experiências entre as Forças Armadas do Brasil e Paraguai transformaram essa vulnerabilidade em uma área de combate efetivo ao crime. O General de Brigada Acuña, do Exército Paraguaio, destacou a importância dessa colaboração, afirmando que “aprendemos muito com o Brasil, especialmente no planejamento e execução de operações complexas como a Ágata”.
Resultados práticos das Operações Ágata Oeste e Basalto
Desde o início das operações em setembro, os resultados práticos dessa cooperação já começaram a aparecer. Com mais de 3.600 militares dos dois países envolvidos, a presença constante nas estradas vicinais e nas áreas de fronteira tem sufocado as atividades ilegais. Um dos principais objetivos é o combate ao tráfico de drogas, com foco na maconha, uma das principais commodities ilícitas da região.
Estima-se que, com o bloqueio das rotas de escoamento, cerca de 450 toneladas de maconha estejam estocadas no Paraguai, aguardando transporte. Essa pressão gerada pelas operações facilita a ação das forças de segurança, que têm intensificado as apreensões de entorpecentes. Além disso, a fiscalização ambiental e a repressão ao contrabando também estão entre as prioridades das missões.
Expansão da Colaboração entre as Agências de Segurança
Além das Forças Armadas, outras agências de segurança e controle dos dois países têm desempenhado papéis cruciais nessas operações. No Brasil, a Operação Ágata faz parte do Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), que envolve diversos órgãos federais, como a Polícia Federal e a Receita Federal, em uma estratégia coordenada de combate aos crimes na fronteira.
Essa colaboração amplia o alcance das ações, permitindo que, ao lado das operações militares, sejam realizados trabalhos de inteligência e repressão em áreas como tráfico de armas e crimes tributários. No Paraguai, o apoio da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) e de outros órgãos federais fortalece o combate ao tráfico e permite um melhor controle sobre o fluxo de mercadorias ilícitas que tentam atravessar a fronteira.
Futuro da Cooperação e Desafios Adiante
Com os resultados positivos das operações Ágata Oeste e Basalto, os governos do Brasil e Paraguai já sinalizam a intenção de expandir essa cooperação para outras áreas de interesse comum. A expectativa é que novas operações conjuntas possam ser realizadas ao longo de 2024, intensificando a pressão sobre o crime organizado na fronteira.
No entanto, desafios ainda persistem. A vasta extensão da fronteira seca entre os dois países, que abrange mais de 460 quilômetros, exige um monitoramento constante e um investimento contínuo em tecnologia e treinamento. O uso de aeronaves não tripuladas, como o Hermes RQ-900 do Brasil, tem se mostrado uma ferramenta valiosa na vigilância da região, mas a expansão dessas capacidades ainda é necessária.
A mensagem das forças armadas é clara: Brasil e Paraguai estão unidos na luta contra o crime organizado, e essa parceria, que já demonstrou sua eficácia, continuará a se fortalecer, com o objetivo de garantir a segurança e a estabilidade na fronteira.
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