Nave Hope Probe, da missão para Marte dos Emirados Árabes Unidos Foto: MBRSC

A primeira missão dos Emirados Árabes Unidos a Marte chega ao planeta vermelho nesta terça-feira (9) e tentará uma manobra complicada para entrar em órbita. A missão Emirates Mars é conhecida como Hope Probe. O esperado era que ela chegasse a Marte e enviasse um sinal até o final da manhã.

A Agência Espacial dos Emirados Árabes Unidos compartilhará a cobertura ao vivo da chegada de Hope em seu site na internet.

Quando a espaçonave chegar, a Hope Probe marcará os Emirados Árabes Unidos como o quinto país da história a alcançar o planeta vermelho. As ambições da missão não param por aí.

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

Junto com seus três instrumentos científicos, a sonda deve criar o primeiro retrato completo da atmosfera marciana. Além disso, irá coletar diferentes pontos de dados na atmosfera para medir as mudanças sazonais e diárias.

Com isso, os cientistas esperam ter uma ideia de como é a dinâmica do clima em diferentes camadas da atmosfera marciana, e também entender como a energia e as partículas, como oxigênio e hidrogênio, se movem pela atmosfera e como escapam do planeta.

A missão foi uma das três lançadas para Marte em julho passado. As outras duas são o rover Perseverance da NASA e a missão Tianwen-1 da China. A Hope irá orbitar o planeta, enquanto a Perseverance irá pousar no solo marciano e a Tianwen-1 realizará ambas as manobras.

Todas as três missões foram lançadas ao mesmo tempo devido ao alinhamento entre Marte e a Terra no mesmo lado do Sol, tornando a jornada até Marte mais eficiente. A Hope é a primeira das três a chegar em Marte; Tianwen-1 deve chegar em 10 de fevereiro e Perseverance em 18 de fevereiro.

O maior risco da chegada

A Hope Probe está se movendo com tanta velocidade em direção a Marte que, se não diminuir de forma adequada essa marcha no momento da aproximação, poderá ser lançada ao espaço profundo pela força da gravidade do planeta. Por isso, quase metade do combustível da espaçonave será usada para a sua desaceleração na chegada. Ao disparar seus propulsores por 30 minutos antes de atingir a órbita desejada, a sonda reduzirá a velocidade de mais de 121 mil quilômetros por hora para 18 mil quilômetros por hora.

A equipe da Hope Probe considera a chegada da espaçonave, chamada de fase de inserção na órbita de Marte, tão crítica e arriscada quanto o lançamento da espaçonave. Assim como a Perseverance irá essencialmente pousar em Marte sem qualquer interferência da NASA, a Hope será capaz de reagir a qualquer problema e cuidar de si mesma, até certo ponto.

Quando a Hope estabelecer a sua órbita em torno de Marte, fará contato com uma estação terrestre na Espanha. Como o tempo de luz unilateral entre Marte e a Terra leva entre 10 e 11 minutos, o sinal chegará ligeiramente atrasado.

“Menos da metade das espaçonaves enviadas a Marte cumpriu a missão com sucesso”, observou Pete Withnell, gerente do Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado em Boulder. “Mas esse é um evento já muito praticado, altamente simulado e altamente analisado. Não posso imaginar estarmos mais bem preparados do que estamos agora”.

Capturando uma nova visão

Depois que a gravidade de Marte capturar a Hope, a sonda entrará em uma órbita elíptica, com aproximações variando entre mil quilômetros e 50 mil quilômetros da superfície do planeta. Estima-se que a Hope levará cerca de 40 horas para completar uma órbita.

A sonda irá enviar de volta sua primeira imagem de Marte nessa órbita inicial, chamada de órbita de captura. De acordo com David Brain, investigador principal adjunto do orbitador MAVEN, no Laboratório de Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado em Boulder, em meados de maio a missão passará por uma transição, quando equipes de solo enviarão alguns comandos para a espaçonave testar os instrumentos e fazer observações de Marte. Em seguida, será hora de manobrar Hope para a órbita científica, o que permitirá que os instrumentos da sonda comecem a capturar dados do planeta.

A Hope completará uma órbita científica de Marte a cada 55 horas. A órbita fornecerá a primeira imagem global do tempo e da dinâmica atmosférica em Marte, que será compartilhada com a comunidade científica por meio do data center da missão, programado para atuar durante dois anos, com opção de ser prorrogado por mais um.

A sonda estará em uma órbita diferente da nave anterior que visitou Marte. “É uma órbita de altitudes muito elevadas, mais altas do que qualquer outra missão científica de Marte”, comentou Brain. “Nessa órbita de grande altitude, onde nossos instrumentos observam Marte de uma perspectiva global, a espaçonave sempre observará cerca de metade de Marte, não importa o ponto em que estiver”.

A órbita levará a sonda bem perto do paralelo com o equador marciano, o que permitirá a captura de dados em diferentes momentos do dia no planeta. O fato de ser uma órbita elíptica significa que as observações serão capturadas tanto perto quanto distante de Marte. A cada nove dias da missão, a Hope terá capturado completamente uma imagem da atmosfera marciana.

“A sonda poderá pairar sobre uma única região geográfica, como o grande vulcão, Monte Olimpo, e estudar a atmosfera lá muitas horas do dia. Teremos observado todas as regiões geográficas em todas as horas do dia, a cada nove dias”, explicou Brain.

(Texto traduzido, clique aqui para ler o original em inglês).

Fonte: CNN Brasil

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).