Não fique refém dos algoritmos, nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias. |
O cenário era solene, os gestos carregados de memória: coroas de flores, medalhas e homenagens ecoaram no Rio de Janeiro em nome dos que tombaram pela paz. O Ministro José Múcio Monteiro reafirmou o compromisso do Brasil com a preservação da história, exaltando a atuação das Forças Armadas na Segunda Guerra e o legado dos pracinhas que enfrentaram o inimigo na Europa.
A solenidade no Rio e os ritos de memória nacional aos heróis da guerra
A cerimônia, realizada na manhã de 8 de maio no Monumento Nacional aos Mortos da Segunda Guerra Mundial, no Rio de Janeiro, marcou os 80 anos do fim do conflito mais devastador do século XX. Presidida pelo Ministro da Defesa, a solenidade contou com a presença dos comandantes das três Forças Armadas, autoridades civis e militares, além de familiares de ex-combatentes e instituições homenageadas.
O ato principal foi a imposição da Medalha da Vitória a 214 personalidades e organizações militares, entre elas os veteranos Primeiro-Tenente José Osório de Oliveira Filho e Segundo-Tenente Manoel Vicente Neto. Foi também depositada uma coroa de flores em homenagem ao soldado desconhecido, seguida de salva de 15 tiros disparados pelo Aviso de Patrulha “Anequim”, da Marinha.
A solenidade ainda contou com demonstrações aéreas e operacionais, incluindo saltos de paraquedistas da Brigada de Infantaria Paraquedista do Exército, sobrevoo de caças F-5M da FAB, apresentação da Esquadrilha da Fumaça e execução musical da Banda Marcial do Corpo de Fuzileiros Navais, reforçando o vínculo entre memória e prontidão.
A Medalha da Vitória e os ex-combatentes brasileiros como patrimônio vivo
Instituída em 2004, a Medalha da Vitória tem como objetivo reconhecer aqueles que contribuíram para preservar a memória da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial. Ao agraciar ex-combatentes e entidades civis e militares, o Ministério da Defesa reafirma a relevância histórica e cívica dos heróis brasileiros que combateram em nome da liberdade.
Os veteranos homenageados durante a cerimônia no Rio representam o que resta de um contingente que já foi de 25 mil soldados brasileiros enviados à Itália. Hoje, cada condecoração é também um chamado à preservação da memória e um alerta à sociedade sobre o valor dos feitos dos pracinhas, que com coragem enfrentaram a fome, o frio, o medo e a morte em nome da democracia.
O discurso do Ministro José Múcio destacou essa dimensão histórica: “Que suas memórias sejam eternamente reverenciadas, seus feitos honrados e seus exemplos sirvam de inspiração para nossa dedicação, coragem e fé”, afirmou, convocando o país à continuidade do legado desses homens e mulheres.
O papel das Forças Armadas na Segunda Guerra e a identidade militar brasileira
O Brasil foi o único país sul-americano a enviar tropas para o teatro europeu da Segunda Guerra Mundial. As Forças Armadas Brasileiras — Marinha, Exército e Aeronáutica — atuaram em múltiplos e estratégicos fronts.
A Marinha do Brasil participou intensamente da Batalha do Atlântico, escoltando mais de 500 comboios e protegendo o tráfego marítimo nacional. A Força Expedicionária Brasileira (FEB), formada por 25 mil homens, contribuiu para vitórias cruciais em solo italiano, como nas batalhas de Camaiore e Monte Castelo. Já a Força Aérea Brasileira (FAB), com o icônico Esquadrão “Senta a Púa”, realizou mais de 2.500 missões nos céus da Europa.
A participação na guerra consolidou uma identidade militar nacional voltada à defesa da paz, da soberania e dos valores democráticos. As homenagens do 8 de maio não apenas reverenciam o passado, mas reafirmam o papel das Forças Armadas como herdeiras legítimas da coragem daqueles tempos.
Participe no dia a dia do Defesa em Foco
Dê sugestões de matérias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395