Militares brasileiros atuam na missão da ONU para estabilizar o Congo

Foto: Arquivos pessoais
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Há quase um ano, militares brasileiros participam ativamente da Missão das Nações Unidas para a Estabilização na República Democrática do Congo (MONUSCO), lidando com desafios logísticos, crises humanitárias e ameaças constantes de grupos insurgentes. O Coronel Felipe Drumond Moraes, junto a outros oficiais e sargentos brasileiros, tem enfrentado o avanço de grupos rebeldes na província do Kivu do Norte, onde o Brasil contribui com operações estratégicas e treinamentos essenciais para as tropas da ONU e do Exército congolês.

A atuação dos militares brasileiros na MONUSCO

Foto: Marinha do Brasil

O Brasil mantém uma presença estratégica na MONUSCO, com militares que desempenham funções de planejamento, inteligência e treinamento. O Coronel Felipe Drumond Moraes atua em Goma, cidade de grande importância geopolítica, e lidera uma equipe que enfrenta desafios diários decorrentes do conflito armado e da crise humanitária.

Além do Coronel Drumond, a missão conta com mais quatro militares brasileiros integrados ao Estado-Maior da MONUSCO e ao Batalhão do Uruguai (URUBAT):

  • Tenente-Coronel Lucas – responsável pelo planejamento operacional da missão;
  • Capitães Fagundes e Priscilla – atuam nas áreas de inteligência e assuntos civis;
  • 1º Sargento Vinícius Martins – encarregado da segurança do Comandante da Força da MONUSCO.

Já na cidade de Beni, também no Kivu do Norte, 11 militares brasileiros fazem parte da Equipe de Treinamento de Operações na Selva, capacitando tropas da ONU e do Exército congolês. Todos possuem formação no Curso de Guerra na Selva (CIGS), um dos mais reconhecidos do mundo.

A atuação brasileira na MONUSCO reforça a importância do Brasil na cooperação internacional, contribuindo para a profissionalização das forças locais e a busca pela estabilização do país.

O contexto da crise na República Democrática do Congo

ONU/Sylvain Liechti

A República Democrática do Congo (RDC) vive um dos conflitos mais complexos do mundo, com dezenas de grupos armados disputando território e recursos naturais. A situação no Kivu do Norte tem se deteriorado nos últimos anos, com o avanço do grupo rebelde M23, responsável pela tomada de diversas áreas estratégicas, incluindo partes da cidade de Goma.

A MONUSCO tem sido essencial para tentar conter o avanço dos insurgentes e garantir a proteção de civis, mas enfrenta dificuldades diante da intensificação dos combates. A operação Springbok, iniciada em outubro de 2023, ajudou a manter posições defensivas até um cessar-fogo temporário em julho de 2024. No entanto, com a violação do acordo em janeiro de 2025, a situação voltou a se agravar.

Além da violência, a crise humanitária atinge níveis alarmantes:

  • Mais de 500 mil deslocados internos buscam abrigo em Goma e regiões próximas;
  • Falta de água, alimentos e medicamentos ameaça a vida de milhares de pessoas;
  • A infraestrutura precária e os combates dificultam o envio de ajuda humanitária.

Diante desse cenário, a MONUSCO e os militares brasileiros desempenham um papel fundamental na proteção da população e no apoio às autoridades locais para conter a escalada do conflito.

O compromisso do Brasil com as missões de paz da ONU

Foto: Arquivos pessoais

O Brasil tem uma longa tradição de participação em missões de paz da ONU, enviando tropas e oficiais para operações em diversos países desde 1947. Na MONUSCO, essa presença se fortaleceu nos últimos anos, com brasileiros ocupando posições de destaque no comando da missão.

Em 2025, o General de Divisão Ulisses de Mesquita Gomes foi nomeado Comandante da Força da MONUSCO, dando continuidade à tradição brasileira de liderança em operações da ONU. Desde 2013, a maioria dos comandantes da força da MONUSCO tem sido oficiais generais do Exército Brasileiro, demonstrando a confiança da ONU na experiência militar do Brasil.

Além do comando estratégico, o Brasil também contribui com:

  • Treinamento de tropas para atuar em ambientes hostis, como selvas e áreas urbanas de conflito;
  • Apoio logístico e operacional na proteção de civis e manutenção da estabilidade;
  • Troca de experiências com militares de outras nações, fortalecendo a cooperação internacional.

Apesar dos desafios enfrentados na República Democrática do Congo, a presença brasileira na MONUSCO reforça o compromisso do país com a paz e a segurança global, consolidando sua posição como um ator relevante nas missões de paz da ONU.

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Marcelo Barros, com informações e imagens do Exército Brasileiro
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Assessoria de Comunicação (UNIALPHAVILLE), MBA em Jornalismo Digital (UNIALPHAVILLE), Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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