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Em um cenário de tensão e estratégia no combate à pirataria internacional, a capitão de corveta Luciana Mendes tornou-se um marco para a Marinha do Brasil. Primeira mulher do país a integrar uma coalizão global contra crimes marítimos, ela enfrentou desafios em uma missão de seis meses no Golfo de Áden. Além de assessorar legalmente as operações, sua participação contribuiu para fortalecer laços entre marinhas emergentes e ampliar o conhecimento brasileiro sobre segurança marítima global.
A repressão à pirataria e a importância das missões internacionais
O Golfo de Áden, situado entre a Somália e o Iêmen, é uma das rotas marítimas mais estratégicas do mundo, por onde passa uma grande parte do comércio internacional. No entanto, a região tem sido historicamente afetada pela pirataria, com grupos armados sequestrando embarcações e exigindo resgates milionários.
Para conter essa ameaça, foi criada uma coalizão militar internacional liderada pelas Forças Marítimas Combinadas (CMF), uma organização que reúne mais de 40 países e atua na repressão a crimes marítimos. Sua missão inclui patrulhamento naval, monitoramento de embarcações suspeitas e ações coordenadas para garantir a segurança da navegação.
A presença dessa coalizão tem sido fundamental para reduzir os ataques piratas, que chegaram ao auge entre 2008 e 2011. No entanto, grupos criminosos ainda operam na região, tornando o trabalho contínuo e necessário. Para países que dependem do comércio marítimo seguro, como o Brasil, essas operações são estratégicas, pois garantem o livre trânsito de mercadorias e previnem instabilidades globais.
A trajetória de Luciana Mendes e sua atuação na missão
A carreira de Luciana Mendes foi fortemente influenciada por sua mãe, a almirante Dalva Mendes, pioneira ao se tornar a primeira mulher a alcançar esse posto na história das Forças Armadas brasileiras. Inspirada pelos valores militares, Luciana seguiu o mesmo caminho e se especializou na área jurídica, tornando-se assessora de direito operacional no Comando de Operações Marítimas e Proteção da Amazônia Azul.
Após três tentativas, em 2024, ela foi selecionada para integrar a missão internacional contra a pirataria no Golfo de Áden. Durante seis meses, atuou no Bahrein, sede das Forças Marítimas Combinadas (CMF), prestando assessoria jurídica às operações. Sua principal função era garantir que as ações militares estivessem em conformidade com o direito internacional, além de orientar forças aliadas sobre procedimentos legais para captura e julgamento de criminosos.

Além de suas atividades na coalizão, Luciana participou da organização de workshops e seminários voltados para a capacitação de marinhas e guardas costeiras africanas. Em uma das iniciativas, esteve no Quênia, onde participou de um congresso promovido pela ONU para debater formas de fortalecer a segurança marítima na região. Sua atuação ajudou a preparar forças locais para enfrentar crimes como pirataria, tráfico de armas e pesca ilegal.
O Brasil e o combate aos crimes marítimos
A experiência de Luciana Mendes no exterior traz aprendizados valiosos para o Brasil, que tem desafios próprios na proteção de suas águas territoriais. A chamada Amazônia Azul, uma área marítima de aproximadamente 5,7 milhões de km², é fundamental para a economia e segurança do país, mas também sofre com crimes como pesca predatória, contrabando e tráfico de drogas.
A Marinha do Brasil tem intensificado operações para garantir a soberania nacional sobre esses territórios, utilizando embarcações de patrulha e sistemas de monitoramento para coibir atividades ilegais. A atuação de militares brasileiros em missões internacionais fortalece esse trabalho, trazendo novos conhecimentos sobre estratégias de combate ao crime no mar e aumentando a capacidade de resposta da Força Naval.
Para Luciana, a missão no Golfo de Áden foi uma oportunidade de crescimento profissional e um exemplo de como o Brasil pode contribuir com a segurança marítima global. “Trazer essa experiência para cá, para o nosso cenário, enriquece muito para a gente”, afirma.
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