O cenário é alarmante: ônibus e trens queimados, preços inflacionados e a liberdade de escolha cerceada. Para os moradores da Zona Oeste do Rio de Janeiro, essa é a realidade sob o domínio das milícias. “O transporte público sendo queimado é só a ponta de um problema gigantesco”, relata um morador, que destaca o controle miliciano até sobre a água que consome. A sensação predominante é de medo, um silêncio que esconde a tensão diária.

Reações Violentas e o Crescimento das Milícias

A queima de veículos na segunda-feira foi uma resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, ligado à maior milícia do estado. Esse ato, considerado o maior ataque à frota da cidade em um único dia, evidencia o poder e a expansão das milícias no Rio. Atualmente, cerca de 20% da área da região metropolitana do Rio é controlada por algum grupo armado, e as milícias dominam metade dessas áreas. Em 16 anos, as áreas sob controle miliciano cresceram impressionantes 387%.

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A Complexidade das Milícias e Seus Impactos

As milícias não são um grupo homogêneo. São organizações paramilitares que surgiram dos grupos de extermínio nos anos 1990 e que, com o tempo, estabeleceram relações complexas, incluindo acordos com facções do tráfico. Por terem origens ligadas ao estado, possuem proteção e influência tanto nas forças de segurança quanto na política. O professor José Claudio Sousa Alves destaca que o poder miliciano está cada vez mais consolidado, impactando diretamente a vida dos moradores, desde a economia local até a segurança.

Desafios e Estratégias para o Combate às Milícias

Após os recentes ataques, o governador do Rio, Cláudio Castro, intensificou as ações policiais, resultando na detenção de 12 pessoas. No entanto, especialistas argumentam que a solução vai além de ações pontuais. Carlos Nhanga, coordenador do Instituto Fogo Cruzado, enfatiza a necessidade de políticas públicas estratégicas, enquanto o professor Alves defende uma reconfiguração da segurança pública e investimentos em cultura e oportunidades para os jovens. “Se não caminha nessas direções, não vai resolver esse problema nunca”, alerta o professor.

Com info da Agencia Brasil

Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).