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Com precisão técnica e respeito à memória, o Major Leandro Evangelista relatou a saga da FAB nos céus da guerra. Em sua fala na Câmara Municipal de Maceió, o comandante do DTCEA-MO resgatou os feitos heroicos da Força Aérea Brasileira (FAB), desde o combate a submarinos no Atlântico até as missões estratégicas contra locomotivas e pontes inimigas no front europeu.
Criação e primeiros combates da Força Aérea Brasileira
A participação da FAB na Segunda Guerra Mundial começou poucos meses após sua criação. Oficialmente instituída em 20 de janeiro de 1941, com a unificação da aviação naval e do exército, a nova Força Aérea Brasileira logo seria posta à prova. Em 1942, o Brasil entrou definitivamente no conflito após o torpedeamento de navios mercantes por submarinos do Eixo.
Foi nesse contexto que ocorreu o batismo de fogo da FAB: o ataque ao submarino italiano Barbarigo, na costa brasileira, durante uma missão de patrulha. A aviação de patrulha passou a proteger a Marinha Mercante e a Marinha de Guerra, garantindo a navegação no Atlântico Sul. Ao longo da campanha, os aviadores brasileiros afundaram 11 submarinos inimigos, entre italianos e alemães, consolidando a FAB como uma força relevante no cenário de guerra.
O 1º Grupo de Aviação de Caça e o lema “Senta a Pua!”
A atuação da FAB não se limitou à defesa do território nacional. Em 1944, o Brasil enviou o 1º Grupo de Aviação de Caça (1º GAvCa) à Itália, sob o comando do então Major Nero Moura. O grupo adotou como lema “Senta a Pua!”, expressão nordestina carregada de bravura e irreverência, escolhida para representar a alma brasileira na guerra.
Com seus aviões P-47 Thunderbolt, o grupo realizou 2.546 missões de combate, totalizando mais de 5.465 horas de voo. As operações tiveram como alvo principal a infraestrutura logística do Eixo: foram destruídos depósitos de munições, vagões ferroviários, pontes e locomotivas, elementos cruciais para dificultar o avanço nazifascista.
O Major Evangelista destacou a importância simbólica do lema e da coragem dos combatentes: “Eles foram muito bravos e fizeram milhares de missões”, declarou, enfatizando o papel determinante dos brasileiros na vitória dos Aliados. O Grupo de Ligação e Observação (ELO) também teve atuação decisiva, ajustando a artilharia do Exército em solo italiano.
O legado histórico da FAB e o dever de preservação da memória
O discurso do Major Evangelista transcendeu o relato histórico. Ele chamou atenção para a importância de preservar a memória da FAB e dos combatentes brasileiros, muitos dos quais permanecem desconhecidos das novas gerações. “Alguns brasileiros não têm essa vivência, não têm o conhecimento dessa história”, afirmou. “Mas nós temos que valorizar todos esses milhares de brasileiros que estiveram em combate real”.
Segundo ele, a paz e a democracia vividas atualmente no Brasil são fruto direto do sacrifício desses heróis. O oficial lembrou que, embora os tempos sejam outros, os valores de liberdade e soberania continuam exigindo vigilância, responsabilidade e memória ativa. “Aqueles que deram suas vidas pela nossa liberdade não podem ser esquecidos”, reforçou.
A sessão solene em Maceió, portanto, não foi apenas uma homenagem, mas uma declaração pública de compromisso com a história. A fala do Major Evangelista reafirma que a FAB é parte viva do patrimônio nacional, e que seu exemplo deve continuar a inspirar todos os brasileiros — civis ou militares — na defesa dos valores da nação.
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