LAAD 2025: JID destaca integração continental em defesa e segurança

Pessoas em frente a estande militar na feira LAAD.
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A busca por segurança cooperativa e confiança mútua entre os países das Américas esteve no centro da participação da Junta Interamericana de Defesa (JID) na LAAD 2025. Representantes de 11 nações integraram a comitiva que percorreu estandes e dialogou com lideranças militares e industriais, reforçando o compromisso com as propostas multilaterais de defesa e com o protagonismo regional do Brasil.

Papel da JID na integração regional de defesa

Fundada em 1942, a Junta Interamericana de Defesa (JID) atua como órgão assessor técnico da Organização dos Estados Americanos (OEA), com a missão de fortalecer os laços de cooperação e confiança entre os países do continente. Sua presença na LAAD 2025 reforçou o compromisso da entidade com as chamadas Medidas de Fortalecimento da Confiança e Segurança (MFCS), diretrizes adotadas entre os Estados para prevenir conflitos, estimular a transparência militar e fomentar parcerias de defesa.

Grupo discute exibição de aviões em feira de defesa.

Durante o evento, a JID deu especial atenção à proposta brasileira de inclusão de uma nova medida no rol oficial da OEA. A iniciativa busca inovar os mecanismos de transparência e interoperabilidade militar, diante de um cenário hemisférico cada vez mais desafiador, onde ameaças como tráfico internacional, crimes transnacionais e desastres ambientais exigem respostas coordenadas entre os países.

Por meio da atuação conjunta de seus representantes civis e militares, a JID funciona como um canal diplomático-militar multilateral, essencial para manter ativa a integração das forças armadas do continente americano em ações conjuntas de treinamento, planejamento e resposta a crises.

Participação dos países membros e propostas em destaque

A comitiva da JID presente na LAAD 2025 foi composta por autoridades de Antígua e Barbuda, Brasil, Canadá, El Salvador, Estados Unidos, Haiti, México, Panamá, Peru, República Dominicana e São Cristóvão e Neves. A diversidade da delegação reflete o caráter integrador da Junta e a importância crescente da representação plural nos debates de segurança hemisférica.

Entre os destaques, figuraram a Embaixadora Jacinth Henry-Martin, de São Cristóvão e Neves, presidente da Comissão de Segurança Hemisférica, e o General Telbert Benjamin, de Antígua e Barbuda. Ambos participaram de reuniões bilaterais e multissetoriais com representantes da indústria de defesa e delegações de outros países.

O Brasil teve papel central na articulação política e técnica da JID durante a feira. Sob a coordenação do Contra-Almirante João Batista Barbosa, Chefe da Representação Brasileira na Junta, o país apresentou uma nova proposta de medida de confiança e segurança, atualmente em fase de análise para futura adoção pela OEA. A ideia é estabelecer novos parâmetros de cooperação operacional entre os Estados-membros, com foco em interoperabilidade e compartilhamento de dados estratégicos.

A LAAD como espaço de diplomacia militar e cooperação hemisférica

Militares em evento de defesa e segurança.

Mais do que uma vitrine de tecnologias militares, a LAAD Defence & Security tem se consolidado como um fórum de diplomacia estratégica. A presença da JID, ao lado de delegações oficiais de dezenas de países, confirma o papel do evento como espaço para debates geopolíticos e formação de alianças regionais.

Ao sediar encontros com autoridades de todo o continente, o Brasil fortalece sua imagem de líder regional em defesa e segurança, combinando tradição diplomática, base industrial robusta e compromisso com a integração continental. A agenda da JID na feira reflete esse protagonismo, promovendo não só a visibilidade do país, mas também sua capacidade de influenciar decisões multilaterais no campo da segurança hemisférica.

Eventos como a LAAD representam uma oportunidade ímpar para reforçar a confiança entre as nações, fomentar o desenvolvimento de capacidades conjuntas e projetar uma visão integrada de segurança na América Latina e Caribe. Nesse contexto, a atuação da JID é vital para manter o diálogo aberto, técnico e constante entre as forças armadas do continente.

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Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

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