Indústria de defesa brasileira alcança R$ 8,8 bi em exportações

Em um marco histórico para a Base Industrial de Defesa do Brasil, as exportações de produtos de defesa atingiram R$ 8,8 bilhões em 2024. O anúncio foi feito nesta terça-feira (8), pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, após a assinatura de um acordo estratégico com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O recorde iguala o desempenho excepcional de 2021 e reforça o crescimento do setor.

Crescimento da Base Industrial de Defesa Brasileira

Foto: Embraer

A Base Industrial de Defesa (BID) brasileira, composta por empresas que desenvolvem tecnologias e equipamentos voltados para as Forças Armadas, tem se destacado como uma das principais forças econômicas do país. Esse setor, estratégico para a soberania nacional, engloba desde a produção de veículos blindados até sistemas avançados de telecomunicação e defesa cibernética. Em 2024, o setor atingiu um patamar recorde de exportações, alcançando R$ 8,8 bilhões, um valor que iguala o pico histórico registrado em 2021.

O acordo firmado entre o Ministério da Defesa e a Confederação Nacional da Indústria (CNI) foi apontado como um dos impulsionadores desse resultado. Com vigência de seis anos, a parceria busca consolidar a BID no cenário internacional, promovendo a cooperação entre o governo e a iniciativa privada. Além de fortalecer a produção interna, essa sinergia pretende ampliar as exportações brasileiras para novos mercados. A CNI, através do Observatório Nacional da Indústria, terá acesso aos dados da Defesa para identificar oportunidades de crescimento.

Nos siga no Instagram, Telegram ou no Whatsapp e fique atualizado com as últimas notícias de nossas forças armadas e indústria da defesa.

Acordo com a CNI: Impulso ao Setor de Defesa

O acordo entre a Defesa e a CNI é um dos marcos mais importantes para a Base Industrial de Defesa nos últimos anos. Ao compartilhar dados estratégicos, a parceria permite uma análise mais profunda das necessidades do mercado de defesa, tanto nacional quanto internacional. Esse esforço conjunto visa aumentar a competitividade das empresas brasileiras, oferecendo melhores condições para inovação e, consequentemente, para novas vendas.

O acesso a informações sobre transações internacionais, como a aquisição de armamentos entre países, possibilitará que o Brasil ajuste sua estratégia de vendas. Isso deve melhorar o posicionamento do país em um mercado global cada vez mais competitivo. Além disso, o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, destacou que o acordo fortalecerá os argumentos do setor para pleitear maiores recursos orçamentários junto ao Congresso Nacional, essencial para o avanço da BID.

A parceria também vem em um momento estratégico, quando o mundo atravessa uma fase de alta demanda por equipamentos de defesa. Em 2023, foram investidos globalmente cerca de US$ 2 trilhões em produtos militares, uma cifra que demonstra o potencial de crescimento para o Brasil nesse setor.

Cenário Internacional e os Desafios para o Brasil

Apesar dos avanços, o cenário internacional apresenta desafios para o setor de defesa brasileiro. Questões geopolíticas e embargos comerciais impactam diretamente as negociações de exportação de alguns produtos militares. O ministro José Mucio Monteiro citou casos em que, por motivos ideológicos e estratégicos, licitações foram vetadas. Um exemplo ocorreu em relação a munições que não puderam ser vendidas devido a preocupações envolvendo a guerra na Ucrânia e a influência da Rússia em acordos comerciais brasileiros, como os relacionados a fertilizantes.

Outro desafio citado pelo ministro é a exploração de potássio em solo brasileiro, cuja segunda maior reserva mundial está em território indígena. O Brasil depende de importações de potássio do Canadá, um obstáculo que afeta a segurança alimentar e a defesa nacional, já que esses setores estão interligados. Esse contexto demonstra que, embora a indústria de defesa esteja em expansão, o país ainda enfrenta obstáculos internos e externos que precisam ser superados para que a BID alcance todo o seu potencial.

No entanto, com os números recordes de 2024 e a vigência do novo acordo com a CNI, as expectativas são positivas. O Brasil busca consolidar sua posição como um dos grandes exportadores de produtos de defesa, e a cooperação entre o governo e a indústria privada será crucial para o desenvolvimento contínuo desse setor.

Participe no dia a dia do Defesa em Foco

Dê sugestões de matérias, faça denúncias ou nos comunique de erros: WhatsApp 21 99459-4395

Google News

Marcelo Barros
Jornalista (MTB 38082/RJ). Graduado em Sistemas de Informação pela Universidade Estácio de Sá (2009). Pós-graduado em Administração de Banco de Dados (UNESA), pós-graduado em Gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação (UCAM) e MBA em Gestão de Projetos e Processos (UCAM). Atualmente é o vice-presidente do Instituto de Defesa Cibernética (www.idciber.org), editor-chefe do Defesa em Foco (www.defesaemfoco.com.br), revista eletrônica especializado em Defesa e Segurança, co-fundador do portal DCiber.org (www.dciber.org), especializado em Defesa Cibernética. Participo também como pesquisador voluntário no Laboratório de Simulações e Cenários (LSC) da Escola de Guerra Naval (EGN) nos subgrupos de Cibersegurança, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. Especializações em Inteligência e Contrainteligência na ABEIC, Ciclo de Estudos Estratégicos de Defesa na ESG, Curso Avançado em Jogos de Guerra, Curso de Extensão em Defesa Nacional na ESD, entre outros. Atuo também como responsável da parte da tecnologia da informação do Projeto Radar (www.projetoradar.com.br), do Grupo Economia do Mar (www.grupoeconomiadomar.com.br) e Observatório de Políticas do Mar (www.observatoriopoliticasmar.com.br) ; e sócio da Editora Alpheratz (www.alpheratz.com.br).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário!
Digite seu nome aqui